Investidores se preocupam com a abordagem de Lula às estatais brasileiras

As ações de várias das grandes empresas estatais brasileiras, incluindo Petrobras e Banco do Brasil, sofreram uma semana de oscilações, pois os investidores temem que o novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva adote uma abordagem mais intervencionista.

A Petrobras, o maior grupo de energia da América Latina, chegou a despencar mais de 10% na bolsa de valores de São Paulo após Lula ele usou uma de suas primeiras ordens executivas como presidente para encerrar os planos de privatização da produtora de petróleo e gás de US$ 60 bilhões.

A mudança seguiu a de Lula nomeação de Jean Paul Prates, senador pelo Partido dos Trabalhadores, para ser o próximo presidente executivo da Petrobras. Prates apoiou os apelos de Lula para que a produtora de hidrocarbonetos mudasse a forma como cobra pelo combustível e desempenhe um papel maior na transição para a energia limpa.

Prometendo reduzir a pobreza dos brasileiros em seu discurso de posse no domingo, Lula disse que “os bancos públicos, especialmente [state development bank] BNDES, e empresas que promovem crescimento e inovação, como Petrobrasterá um papel fundamental neste novo ciclo”.

O comunicado fez com que as ações do estatal Banco do Brasil caíssem mais de 6 por cento nos dois primeiros pregões do ano, antes de recuperar terreno no final da semana. Também houve queda na seguradora listada Caixa Seguridade, um braço do credor público Caixa Econômica Federal.

“Investidores estão preocupados com controle de Lula sobre estatais [and whether he] ela os usará para implementar políticas sociais em detrimento da eficiência econômica e, em última análise, prejudicará sua lucratividade”, disse Jared Lou, gerente de portfólio da William Blair Investment Management.

Desde a estreita vitória eleitoral de Lula sobre o candidato de direita Jair Bolsonaro em outubro, o índice de ações local da Bovespa caiu 6 por cento.

Luiz Fernando Figueiredo, ex-presidente do Banco Central e fundador do fundo de hedge Mauá Capital, disse que a possibilidade de spread de crédito barato é “muito alta” e que isso pode resultar em “crescimento de galinha”, referindo-se a surtos de crescimento seguidos de uma queda

“[If] você expande o crédito de forma subsidiada, isso atrapalha muito o banco central e leva a juros mais altos, o que custa muito mais para todos nós”, disse.

A Petrobras, sediada no Rio de Janeiro, na qual o Estado brasileiro tem participação majoritária, é outro potencial campo de batalha entre Lula e investidores. Depois de quase falir durante o governo anterior de Dilma Rousseff devido a uma combinação de combustível subsidiado, maus investimentos e um escândalo de corrupção, a empresa recuperou terreno nos últimos anos.

Por meio de desinvestimentos e foco em suas ricas reservas de petróleo no exterior, agora está registrando lucros e dividendos inesperados, que os investidores temem que possam estar em risco.

Lula se comprometeu a modificar a política de preços da empresa, que atualmente vincula as tarifas de combustível a referências internacionais, para reduzir as contas dos consumidores. Ele também prometeu investir mais em instalações de refino.

“As manchetes apontam para uma empresa que pode se sair bem com o tempo, mas provavelmente será incentivada ou direcionada a investir em coisas que potencialmente têm um retorno menor, em comparação com a exploração e produção upstream na qual a Petrobras tem se concentrado”, disse Edward. Figueiredo, diretor de ações brasileiras da gestora de fundos britânica Abrdán, que reduziu sua participação na Petrobras após as eleições de outubro.

“Historicamente, os investimentos em refino têm sido muito negativos para a criação de valor, ou mesmo destrutivos para a empresa”, acrescentou.

As ações da Petrobras subiram um pouco depois que Prates, cuja nomeação ainda não foi confirmada pelo conselho da empresa, insistiu que não desvincularia os combustíveis das tarifas internacionais.

Tiago Cunha, gestor de portfólio da Ace Capital, que vendeu suas participações na Petrobras após a eleição, disse que, embora o foco de Lula na responsabilidade social possa parecer bom para os investidores ESG, “é importante lembrar seu histórico em cada uma dessas questões durante termos. no escritório”.

“Não há dúvida de que as empresas hoje devem ser socialmente responsáveis. O problema é: qual é o limite entre ser socialmente responsável e usar o caixa da empresa para medidas populistas? É justo usar investimentos de acionistas minoritários para políticas governamentais?”

No entanto, nem todos os investidores estão preocupados. A empresa de investimentos norte-americana GQG Partners revelou recentemente que adquiriu uma participação de mais de 5% na Petrobras, tornando-se um dos maiores acionistas minoritários.

“É uma história de mudança impressionante [at Petrobras] Então, por que Lula iria querer estragar isso? Especialmente porque o governo é o maior acionista e se beneficia do pagamento de dividendos. Acreditamos que os temores são exagerados”, disse Polyana da Costa, analista do GQG.

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