SÃO PAULO, 27 Set (Reuters) – Os preços ao consumidor no Brasil estenderam sua tendência de queda no mês até meados de setembro, disse o IBGE nesta terça-feira, uma vez que os custos dos combustíveis continuaram caindo graças a impostos mais baixos e cortes de preços pelo Estado. dirige a petroleira Petrobras (PETR4.SA).
O índice local IPCA-15 caiu 0,37% no mês até meados de setembro, queda mais profunda do que os 0,2% esperados pelos analistas consultados pela Reuters, embora tenha desacelerado ante a queda de 0,73% observada no mês passado.
A inflação nos 12 meses até meados de setembro atingiu 7,96%, bem abaixo dos 8,14% previstos pelos economistas, provavelmente apoiando a recente decisão do banco central de pausar seu ciclo agressivo de alta de juros.
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Além de agosto, quando a maior economia da América Latina registrou a menor inflação no meio do mês em cerca de três décadas, a queda deste mês foi impulsionada pelo setor de transportes, cujos custos caíram 2,35%, segundo o IBGE.
Além dos cortes estaduais de impostos sobre energia anunciados no início deste ano, a gigante do petróleo Petróleo Brasileiro SA reduziu duas vezes os preços da gasolina na refinaria desde meados de agosto, levando a preços mais baixos na bomba.
A queda da inflação em setembro, no entanto, não foi generalizada, pois os preços caíram em apenas três dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, segundo o IBGE: comunicações, alimentos e bebidas e transportes.
Os preços de vestuário, assistência médica e habitação aumentaram no período, observou.
Andrés Abadia, economista-chefe para a América Latina da Pantheon Macroeconomics, disse que os novos números fornecem mais evidências de que a inflação está desacelerando rapidamente graças principalmente ao efeito dos impostos e ao impacto defasado do aperto monetário.
“As pressões centrais permanecem relativamente elevadas, principalmente devido à resiliência da demanda doméstica, mas esperamos que o crescimento econômico desacelere nos próximos meses.”
Os últimos dados de inflação vêm quando o banco central do Brasil decidiu na semana passada manter as taxas de juros inalteradas em 13,75%, interrompendo o aperto agressivo após 12 altas consecutivas destinadas a conter a alta inflação.
A maioria dos membros do comitê de política monetária concluiu que as expectativas de inflação apoiaram o fim do ciclo de aperto, embora um novo aumento na taxa “residual” tenha sido amplamente discutido, mostrou a ata da reunião de terça-feira.
William Jackson, economista-chefe de mercados emergentes da Capital Economics, disse que os números da inflação confirmam que o ciclo de aperto acabou.
“(Mas) o fato de que a inflação continua muito forte (particularmente fora das categorias de alimentos e energia) apoia nossa visão de que o banco central vai esperar até meados do próximo ano antes de recorrer a cortes nas taxas de juros”, acrescentou.
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Informações de Gabriel Araújo; Editado por Alison Williams
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