LABREA, Brasil, 3 de setembro (Reuters) – Uma forte fumaça subiu sobre a floresta amazônica do Brasil enquanto o fogo varria a floresta massacrada e árvores descartadas espalhavam-se pela terra queimada como fósforos mortos, queimados e pretos.
Uma testemunha da Reuters viu vastas áreas queimadas e derrubadas na quarta e quinta-feira, enquanto o arco de desmatamento se aprofundava na selva através da cidade fronteiriça de Lábrea, o município com o maior número de incêndios este ano.
Os incêndios aumentaram na floresta tropical brasileira em agosto, de acordo com dados do governo divulgados esta semana, com incêndios no mês bem acima da média histórica pelo terceiro ano consecutivo sob o presidente de direita Jair Bolsonaro.
Esses níveis foram vistos pela última vez há uma década, antes de Bolsonaro assumir o cargo. O presidente de direita tem sido amplamente criticado por promover o desenvolvimento da Amazônia enquanto trabalha para enfraquecer as proteções ambientais. Os cientistas temem que a rápida taxa de destruição possa sabotar as tentativas globais de limitar as mudanças climáticas.
O ex-capitão do Exército tentou reverter os direitos às terras indígenas, que protegem grandes extensões de floresta tropical, e desarmou as agências ambientais, transferindo as responsabilidades de fiscalização para os militares, que não conseguiram evitar a destruição. consulte Mais informação
As áreas recém-desmatadas próximas a Lábrea, no sul do estado do Amazonas, estavam sendo convertidas para pastagens. Estradas florestais informais ramificam-se na Rodovia Transamazônica, que termina em Lábrea.
A fumaça de um incêndio sobe no ar enquanto as árvores queimam a vegetação na floresta amazônica brasileira ao longo da rodovia federal Transamazônica, em Canutama, estado do Amazonas, Brasil, 2 de setembro de 2021. Foto tirada em 2 de setembro de 2021 setembro de 2021. REUTERS / Bruno Kelly
consulte Mais informação
Nas proximidades, há indícios de que a destruição também está se aproximando do protegido Parque Nacional Mapinguari e da reserva indígena Caititu.
Os satélites registraram 28.060 incêndios na Amazônia brasileira em agosto, uma redução de 4% em relação ao mesmo mês de 2020, quando os incêndios provavelmente atingiram o ponto mais alto em uma década, de acordo com o Inpe, agência nacional de pesquisas espaciais.
A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo e é considerada um baluarte vital contra as mudanças climáticas devido à grande quantidade de dióxido de carbono que sua vida vegetal absorve e armazena.
O alto nível de incêndios ocorre apesar da proibição radical de Bolsonaro contra incêndios ao ar livre e uma implantação militar em resposta à destruição pelo terceiro ano consecutivo.
A Reuters não viu nenhuma evidência de bombeiros do governo ou esforços de fiscalização ambiental em Lábrea.
O Ministério do Meio Ambiente do Brasil não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
(Esta história corrige a grafia do Parque Nacional Mapinguari no parágrafo 7)
Reportagem de Bruno Kelly em Labrea e Jake Spring em Brasília; editado por Stephen Eisenhammer e David Gregorio
Nossos padrões: Princípios de confiança da Thomson Reuters.