Uma grande Manifestação contra cortes de gastos com saúde e educação e saída do presidente Alejandro Giammattei reuniu cerca de 7 mil pessoas neste sábado (21) no centro da cidade de Guatemala. Na maioria das vezes, os protestos se desenrolaram pacificamente. No entanto, houve confronto quando um grupo de manifestantes ateou fogo ao Congresso do país.
Manifestantes atearam fogo ao Congresso da Guatemala
Os manifestantes entraram no prédio do Congresso e invadiram os escritórios; como é sábado, estavam todos vazios. Alguns deles, principalmente encapuzados, atear fogo nos quartos. Não há informações sobre os feridos.
Manifestante gesticula diante de uma janela em chamas no Congresso da Cidade da Guatemala no sábado (21) – Foto: Luis Echeverría / Reuters
Bombeiros tentam apagar fogo após manifestantes incendiarem o Congresso da Guatemala no sábado (21) – Foto: Luis Echeverría / Reuters
Sofá e moldura destruídos por incêndio no Congresso da Guatemala neste sábado (21) – Foto: Moises Castillo / AP Foto
Alvo dos manifestantes, o presidente Giammattei pediu o fim da violência. “Reitero o direito de falar de acordo com a lei. Mas não podemos permitir que a propriedade pública ou privada seja vandalizada”, afirmou.
“Quando for comprovada a participação nesses crimes, todo o peso da lei cairá [a essas pessoas]”Giammattei escreveu nas redes sociais.
Protesto pacífico no centro
Protesto pacífico no centro da Cidade da Guatemala contra o governo do presidente Alejandro Giammattei neste sábado (21) – Foto: Moises Castillo / AP Foto
O incêndio no Congresso aconteceu depois que milhares de pessoas ocuparam pacificamente o centro da Cidade da Guatemala em um dos maiores protestos contra o presidente. Alguns deles carregavam bandeiras do país e muitos usavam máscaras como uma medida para conter o coronavírus recente.
Com o apoio da liderança da Igreja Católica na Guatemala, os manifestantes protestam contra o orçamento aprovado pelo Congresso, que é um governo com maioria governamental, para estabelecer cortes em áreas-chave como saúde, educação e acesso aos direitos humanos.
Com bandeiras da Guatemala, os manifestantes pedem que o presidente Alejandro Giammattei saia neste sábado (21) – Foto: Moises Castillo / AP Foto
Além disso, a oposição ao Giammattei afirma que não teve acesso ao projeto, segundo a EFE. Para os ativistas, a proposta vai criar ainda mais desigualdade no país.
O descontentamento é ainda maior porque o orçamento inclui um subsídio de alimentação para os parlamentares no valor de US $ 65.000.
O advogado de direitos humanos do país, Jordan Rodas, criticou a proposta de orçamento do governo para a Associated Press.
“Foi um golpe sombrio para o povo porque a Guatemala estava em meio a desastres naturais, há sinais de corrupção governamental e patrocínio com ajuda humanitária”, acusou.
A Guatemala teve um ano especialmente difícil porque, além da pandemia Covid-19 que destruiu as finanças do país, a temporada atípica de furacões e tempestades tropicais causou danos aos guatemaltecos. A semana passada, A tempestade Eta enterrou 150 casas na Guatemalae países próximos como Nicarágua e Honduras também sofreram os danos fenômenos semelhantes neste mês.
Vice pede a renúncia do presidente
Presidente da Guatemala, Alejandro Giammattei, fala em cerimônia de posse na Cidade da Guatemala nesta terça-feira (14) – Foto: Reuters / Luis Echeverría
Ou vice-presidente da Guatemala, Guillermo Castillo, sugeriu na sexta-feira que ele e Giammattei renunciassem aos cargos para “oxigenar” o país. O presidente nega e diz que a proposta visa reduzir os gastos do país e o déficit fiscal, e disse que se reuniu com grupos de oposição para discutir mudanças no orçamento.
“Diante de diferentes decisões governamentais que afetam os interesses da população, pedi ao presidente Giammattei que apresentasse nossa renúncia irrevogável e que um corpo de notáveis propusesse suas respectivas listas ao Congresso”, escreveu Castillo nas redes sociais.
“Insustentável continuar nestas condições”, admitiu o vice.
O conservador Alejandro Giammattei era eleito em agosto de 2019 com quase 60% dos votos na segunda rodada. Em alinhamento com as demais lideranças do bloco Grupo Lima e com o presidente do Estados Unidos, Donald Trump, o guatemalteco tomou medidas como rmelhorar as relações com o regime chavista na Venezuela mim parar a passagem de migrantes da América Central que iam por terra em direção à fronteira do México com os Estados Unidos.
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