O Globo Repórter vai explorar nesta sexta-feira (2) os segredos de um lugar ainda pouco conhecido. Entre marinheiros de água doce, onças e araras, o que mais se esconde nesta região? Veja nossa lista.
Mar do sertão, localizada no município de Casa Nova, norte da Bahia – Foto: Globo Repórter – TV Globo
Um mar de águas mornas e transparentes, que se estende por mais de 300 quilômetros e até invade a Caatinga. Visto como uma espécie de “Caribe do sertão”, o doce mar é encontrado no município de Casa Nova, ao norte da Bahia. Quando a barragem de Sobradinho foi construída há 50 anos, as águas represadas do rio submergiram cidades e vilas, obrigando milhares de compatriotas a deixar suas terras para morar onde o lago não chega. Hoje, os poucos que conhecem o canto escondido agradecem a antiga profecia: o sertão se transformou em um lindo mar.
Boqueirão da Onça é refúgio para animais em perigo de extinção
Boqueirão da Onça, localizado no município de Sento Sé – Foto: Globo Repórter – TV Globo
Localizado no município de Sento Sé, o parque nacional foi criado em abril de 2018 e é um dos últimos refúgios da onça-pintada da Caatinga. Essas onças, tanto marrons quanto pintadas, estão fisicamente adaptadas ao bioma. Há mais pelos nas pernas abaixo do que nas de onças em outros lugares, tudo para proteger mais da temperatura quente do chão durante a seca. Não há números exatos, mas a estimativa é de 230 onças morando no Boqueirão. A área cobre 9 mil quilômetros quadrados e reúne, além da onça-pintada, uma rica biodiversidade, espécies do único bioma totalmente brasileiro.
A terra fértil é um tesouro de pedras preciosas
Gema de ametista, extraída de jazida no sopé da Serra do Boqueirão – Foto: Globo Repórter – TV Globo
Um depósito de ametistas foi escondido no nordeste. A mineração está localizada no sopé da Serra do Boqueirão, em Sento Sé. Foi descoberta por acaso: um caçador, procurando um tatu em um buraco, acabou encontrando uma pedra de ametista. A notícia logo se espalhou e os buscadores viajaram de todo o Brasil. Hoje, são dezenas de buracos, chegando a profundidades de 80, 100 metros, para acessar as pedras.
Águas do São Francisco produzem o milagre da multiplicação das safras
Mulher tira cacho de uva, uma das frutas que fizeram história no Nordeste – Foto: Globo Repórter – TV Globo
Manga, coco, goiaba, uva. tudo em grandes quantidades, durante todo o ano. Há 40 anos, quando foram colhidos os primeiros cachos de uva, a expectativa era escoar a produção no Nordeste. Aos poucos, o mercado se expandiu em todo o Brasil e alcançou o exterior. Hoje, as frutas do Vale do São Francisco são consumidas por mais de 90 países. O Sertão irrigado produz cinco milhões de toneladas de frutas por ano e atende mais de 200 famílias no Nordeste.
Umbuzeiro é a árvore sagrada do sertanejo
Seqüência de umbezeiros, a árvore sagrada do Nordeste – Foto: Globo Repórter – TV Globo
Outras joias da Caatinga são joias raras, como a árvore sagrada do sertanejo: o umbuzeiro. Mesmo em longas estiagens, não perde o verde. E no verão, faça chuva ou faça sol, sempre tem umbu para comer. A comida tem um sabor azedo e é deliciosa.