São Paulo, Brasil (CNN) Representante dos EUA, George Santos assinou um acordo com as autoridades brasileiras para evitar processo por confissão, reembolso da vítima e multa ao Estado decorrente de um caso de fraude de 2008disse seu advogado.
“A partir de agora, ele não responderá por nenhum processo no Brasil”, disse seu advogado, Jonymar Vasconcelos, no tribunal de Niterói, na periferia do Rio de Janeiro.
Documentos obtidos pela CNN em janeiro mostraram que Santos, um republicano de Nova York, confessou ter fraudado um funcionário da área do Rio de Janeiro em US$ 1.300 em roupas e sapatos em 2008.
Santos pagará um total de aproximadamente $ 4.878,45. Desse valor, cerca de R$ 2.000 irão para o governo como multa e R$ 2.800 para a vítima, Bruno Simões, que disse a repórteres que Santos tem 30 dias para efetuar o pagamento por transferência bancária. Simões disse à CNN que a parte do pagamento do governo será destinada à caridade.
Santos compareceu por videoconferência e, segundo Simões, o juiz silenciou Santos e perguntou-lhe se confessava os crimes descritos no caso, ao que Santos respondeu que sim.
“É ridículo. É uma pechincha, o cara pagou $ 500,00 de fiança”, disse Simões à CNN após a audiência, referindo-se ao processo criminal de Santos nos Estados Unidos. O congressista na quarta-feira se declarou inocente a 13 acusações federais dos EUA, incluindo lavagem de dinheiro, fraude eletrônica, roubo de fundos públicos e mentira para a Câmara dos Representantes.
“Sinceramente, ele deve ter rido. Porque 14.000 reais são $ 2.000, é um terno que ele usa. Mas, apesar de tudo, estou feliz que este capítulo esteja encerrado”, disse Simões.
Uma fonte familiarizada com o caso e com a legislação do estado do Rio de Janeiro disse que a multa foi mais de sete vezes o valor médio cobrado em multas para casos semelhantes.
Em janeiro, o advogado de Santos solicitou o acordo em uma petição que dizia que Santos concordaria em confessar formalmente o crime e pagar indenização à vítima, conforme exigido pela lei brasileira para evitar o processo.
Um memorando dos promotores brasileiros que concordaram com o acordo em março pediu à defesa garantias de que eles podem entrar em contato com a vítima para pagar antes que o acordo seja finalizado.
Em uma declaração à CNN em março, a promotoria reconheceu o memorando, mas enfatizou que o acordo não é final até que todas as condições sejam cumpridas.
O caso está sob uma ordem de silêncio.
Esta história foi atualizada com desenvolvimentos adicionais.
Sydney Kashiwagi, da CNN, contribuiu para este relatório.