SÃO PAULO (AFP) – O confronto do Brasil pelas eliminatórias da Copa do Mundo contra a Argentina foi sensacionalmente abandonado logo após o início do domingo (5 de setembro), quando estourou a polêmica sobre os protocolos do Covid-19.
En medio de escenas increíbles en el Neo Química Arena de Sao Paulo, el partido entre los dos gigantes del fútbol sudamericano se detuvo cuando los funcionarios de salud brasileños corrieron al campo, lo que desencadenó un tumulto que involucró a los oficiales del equipo y jugadores de ambos os lados.
A intervenção surpreendente veio poucas horas depois que as autoridades de saúde brasileiras disseram que quatro jogadores da seleção argentina da Inglaterra deveriam ser colocados em “quarentena imediata” por violar os protocolos da Covid-19.
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os jogadores da Premier League Giovani Lo Celso (Tottenham), Emiliano Martínez (Aston Villa), Emiliano Buendia (Aston Villa) e Cristian Romero (Tottenham) forneceram “informações falsas” ao entrar no Brasil. .
Romero, Lo Celso e Martínez foram titulares da seleção argentina que deu início ao jogo de domingo, provocando uma intervenção surreal de dirigentes da Anvisa.
Os quatro jogadores foram acusados de não revelar que passaram uma temporada no Reino Unido nos 14 dias anteriores à sua chegada ao Brasil, onde Covid-19 já ceifou mais de 580 mil vidas.
O capitão da Argentina, Lionel Messi, e seus companheiros deixaram o campo enquanto a confusão reinava sobre o destino do jogo.
Mais tarde, Messi criticou a intervenção de autoridades brasileiras.
“Estamos aqui há três dias, por que você está fazendo isso agora?” disse na rede TyC da Argentina.
O técnico argentino Lionel Scaloni ficou igualmente indignado e disse à mídia que “em nenhum momento eles nos disseram que não podiam jogar”.
A Argentina deveria voar de volta a Buenos Aires na tarde de domingo em um vôo fretado.
O presidente da Federação Argentina de Futebol, Claudio Tapia, disse que a federação seguiu os protocolos da FIFA para o jogo, rejeitando a alegação de que os jogadores falsificaram os registros de entrada.
“Não dá para falar de nenhuma mentira”, disse Tapia.
No entanto, as autoridades brasileiras não se arrependeram da decisão de interromper o jogo.
“Chegamos a esse ponto porque tudo o que a Anvisa dirigiu, desde o primeiro momento, não foi cumprido”, disse o diretor da Anvisa, Antonio Barra Torres, à televisão brasileira.
Os quatro jogadores “foram obrigados a permanecer isolados até à deportação, mas não cumpriram. Foram para o estádio e entraram em campo, numa série de infracções”, acrescentou o responsável.
Uma ordem governamental de 23 de junho proíbe a entrada em território brasileiro de qualquer estrangeiro do Reino Unido, Índia ou África do Sul, para evitar a disseminação de variantes do coronavírus.
“A Anvisa considera que essa situação representa um grave risco à saúde e recomenda que as autoridades sanitárias locais (de São Paulo) ordenem a quarentena imediata dos jogadores, que estão proibidos de participar de qualquer atividade e permanecer em território brasileiro”, informou a agência. disse em um comunicado no domingo anterior.
A agência disse ainda que a delegação argentina foi avisada em reunião no sábado que os jogadores-centro da polêmica devem ser colocados em quarentena e não devem participar do jogo de domingo.
Com o jogo aparentemente abandonado, a Seleção Brasileira deu início a um jogo de treino em campo.
O órgão regulador do futebol sul-americano, Conmebol, disse em um comunicado que o jogo foi “suspenso”, mas não disse quando ou se o jogo será repetido, ou se algum dos times o perderia.
“Por decisão do árbitro da partida, a partida organizada pela FIFA entre Brasil e Argentina pelas eliminatórias da Copa do Mundo está suspensa”, disse a Conmebol em nota.
“O árbitro e o comissário de jogo apresentarão um relatório ao Comitê Disciplinar da FIFA, que determinará os próximos passos. Esses procedimentos seguem estritamente os regulamentos atuais.”
A polêmica surge depois que nove brasileiros que atuam na Premier League não viajaram para a América do Sul devido a objeções de seus clubes.