A segurança do campus do Google foi tendenciosa contra trabalhadores negros e latino-americanos, e as queixas chegaram ao topo, segundo pessoas familiarizadas com a situação. Portanto, a empresa removeu um componente relevante da abordagem.
A gigante da internet incentivou seus funcionários a verificar os cartões de identificação de seus colegas no campus e pediu à equipe de segurança que fizesse o mesmo. Essa mudança foi além do sistema típico usado nos escritórios, nos quais os trabalhadores usam crachás para entrar nas instalações. A política interna foi projetada para impedir a entrada de visitantes não autorizados e manter as áreas abertas do Google seguras.
No entanto, algumas autoridades informaram à gerência que os crachás pretos e latinos eram revisados com mais frequência, com base em pessoas que tiveram a experiência ou viram amigos e colegas passarem por ela.
Essas autoridades sentiram que estavam sendo observadas no campus da mesma maneira que são vistas como suspeitas em outros lugares, disseram as fontes, que não estão autorizadas a falar publicamente sobre o problema. É um exemplo das formas inconscientes ou ignoradas de preconceito que dificultam o trabalho das minorias no Vale do Silício, acrescentaram.
Alguns funcionários reclamaram do sistema de segurança com o CEO Sundar Pichai e, em meio a protestos contra o racismo e a brutalidade policial nos Estados Unidos, prometeram mudar. Em um post de 17 de junho, o executivo prometeu doações e mais diversidade de liderança.
Segundo ele, a prática de pedir aos funcionários do Google para verificar os crachás de seus colegas terminaria. A mudança aparentemente pequena ilustra a luta dos negros e de outras minorias raciais para se adaptar ao Google e a outras empresas do Vale do Silício. Uma porta-voz do Google se recusou a comentar.
“Estamos trabalhando para criar um maior senso de inclusão e pertencimento para os Googlers em geral e para nossa comunidade Black + em particular”, escreveu Pichai no blog, que também foi enviado como um memorando aos funcionários. “Percebemos que esse processo é suscetível ao viés”.
O Google, da Alphabet, está tentando aumentar a diversidade de sua equipe. A empresa foi uma das primeiras a publicar um relatório anual de diversidade e promete recrutar mais minorias raciais, mulheres e pessoas LGBT há anos. Mas o progresso tem sido lento, especialmente quando se trata de contratar e reter negros. Eles representam apenas 3,7% da força de trabalho do Google nos Estados Unidos e os latinos são 5,9%, segundo o último relatório. Outros gigantes da tecnologia enfrentam essa mesma dificuldade.
O Google vem aumentando a segurança em suas instalações desde abril de 2018, quando três funcionários foram baleados na sede da divisão do YouTube no Vale do Silício.
A insistência em verificar a identificação dos funcionários era desencorajar as pessoas que seguem outras pessoas e fazer login no Google sem deslizar as credenciais. Na prática, no entanto, funcionários negros e latinos foram excluídos e forçados a mostrar identificação mesmo depois de entregar o distintivo e provar que tinham o direito de estar no prédio, disseram uma das fontes.