Fortes chuvas prejudicam algumas plantações de café no Brasil, mas são melhores do que gelo

SÃO PAULO / NOVA YORK, 7 de janeiro (Reuters) – Fortes chuvas inundaram campos de café e outras safras em áreas do centro-leste do Brasil, a última em uma montanha-russa climática para as regiões agrícolas do país que incluiu geadas e secas devastadoras.

O índice pluviométrico é mais de quatro vezes maior do que o normal nas regiões norte de Minas Gerais, principal pólo produtor de café do Brasil. No entanto, ao contrário de outros climas severos, a chuva adicional pode eventualmente melhorar as condições do solo nas fazendas de café.

O Brasil, maior produtor mundial de café, sofreu sua pior seca em 90 anos no ano passado, seguida pelas geadas mais fortes em décadas. No final de dezembro, as chuvas mataram mais de 20 pessoas no estado nordestino da Bahia, enquanto uma série de estiagens reduziu a safra de soja no extremo sul.

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Eustaquio Gonçalves, que ajuda a administrar 460 hectares (1.136 acres) de café arábica em Pirapora, no norte de Minas Gerais, diz que as chuvas desde outubro ultrapassaram os 1.000 milímetros (39,37 polegadas) na área.

“Normalmente recebemos menos do que isso durante todo o ano”, disse ele.

O excesso de chuva faz com que os grãos de café, que ainda estão verdes, caiam, reduzindo a produção. Eles também evitam o cuidado ideal com as plantações, pois as máquinas não podem se mover através das árvores, levando a uma disseminação mais rápida de doenças e pragas.

Gonçalves estima que a produção da fazenda cairá para cerca de 40 sacas de 60 kg por hectare (2,47 acres) em relação às projeções anteriores de 50 sacas.

Em alguns lugares, como Taiobeiras, também no norte de Minas Gerais, plantações inteiras de café foram cobertas pela água que transbordou do rio Pardo, e fazendeiros compartilharam fotos nas redes sociais. Instagram.

Nesses casos, safras inteiras serão perdidas.

No entanto, a umidade adicional melhorou as condições em outras áreas onde as chuvas foram menos fortes, incluindo o cinturão principal do sul de Minas Gerais, disse o pesquisador de café José Braz Matiello.

“A maioria dos campos está em altitudes mais elevadas, então não são propensos a encharcamento”, disse ele, acrescentando que a umidade adicionada também seria muito boa para a safra de 2023.

O banco de investimentos Itaú BBA afirmou nesta quinta-feira que embora as chuvas não aumentem a quantidade de grãos de café, uma vez que já passou a fase de floração, ajudariam no desenvolvimento do fruto, aumentando o tamanho do grão.

Os grãos de café maiores significam que os agricultores precisarão de menos grãos para encher uma sacola e eles serão de melhor qualidade e, portanto, mais procurados pelos torrefadores.

“As pessoas tendem a exagerar os danos causados ​​pela chuva. Geralmente, ela beneficia mais do que dói”, disse o analista de commodities Shawn Hackett.

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Relatório de Roberto Samora e Marcelo Teixeira; Edição de Sandra Maler

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