Segunda-feira passada (02), Fernando Diniz foi um dos convidados de Bons amigos!, Atração SporTV. No programa, o atual treinador paulista falou sobre diversos temas. A recuperação de alguns atletas, a pressão atribuída aos treinadores do futebol brasileiro e o rodízio de jogadores foram alguns deles.
A parte mais longa é sobre o dia a dia que Diniz gosta de colocar nos clubes onde dirige. No caso específico de São Paulo, falou do Brenner, que entrou para a equipa profissional desde muito jovem e demorou anos a estabelecer-se. “Na minha função de treinador, o que mais gosto é de poder promover o bem-estar das pessoas que trabalham comigo, principalmente dos jogadores. Brenner é um jogador que veio para São Paulo aos 13 anos. Uma criança que chorava muito em Cotia. Agora ele bate a cabeça desde que nasceu aos 17 anos e achamos que ele vai resolver todos os problemas do clube. Brenner quase entrou no quarto ano sem jogar. E não foi uma conversa que tive com o Brenner, foram várias conversas. Levei para o Fluminense a custo zero. Aí começamos nossa relação de reaproximação. Quando cheguei em São Paulo pedi para ele voltar. Convenci o Brenner de que ele precisava mudar, ele precisava levar o futebol a sério, porque o futebol tem muito a dar. Hoje ele é muito mais solidário, mais responsável, disciplinado, gosta de ajudar os outros. São características humanas, não ensinei o Brenner a jogar futebol. Falo pouco com ele sobre posicionamento, aquele que me dá soluções com os gols que ele marca. Na nossa equipa, da forma como proponho o futebol, quem tem essa capacidade de ajudar, de apoiar e de se doar à equipa acaba por beneficiar.“, destacou.
Pressão e jarro
Depois de tantas oscilações no controle do Tricolor, ele ressaltou que já está acostumado a tanta pressão. Após acertar o Flamengo, ele se colocou na pele do técnico rubro-negro. “O julgamento que se faz e todo mundo exagera é que em seis dias o bom não é mais bom. Assim como entendi perfeitamente com as palavras de Domènec que um time que fez 12 jogos invictos, com nove vitórias, sofre um revés contra o São Paulo e todas as perguntas são negativas, questionando tudo, o sistema defensivo … aconteceu com ele, Já aconteceu comigo, vai acontecer com outros. Aqui em seis dias eu não estava mais servindo. Ontem vencemos o Flamengo por 4 a 1 e hoje devo estar sacando. Para o modelo brasileiro, não vamos a lugar nenhum“afirmou.
Por fim, ele também confirmou que não é fã das grandes variações entre cada luta. “Tenho a característica de ser mais resistente a esse tipo de rotação. Estamos formando uma equipe que tem uma sequência. Acho que com a sequência de jogos com o mesmo time, o time fica mais forte. Quando todos estão jogando de forma consistente, você pode mover um pouco mais, mas esta é a terceira equipe que montamos este ano que tem uma sequência. Não mudo a maneira como jogo em pontos consecutivos e playoffs. Acho que é (importante) estabelecer uma forma de jogar. Acho que muitas mudanças enfraquecem a equipe. Sem adaptações. Adaptações, temos que fazer, mas procuramos melhorar e aprofundar a forma de jogar da equipe. A tendência é não priorizar as competições. Se estivermos em três, vamos tentar vencer todos“ele comentou.
Com três jogos atrasados no Campeonato Brasileiro e ainda vivo na Copa do Brasil, porém, Diniz não fez o chamado rodízio. “Não sei como lidaríamos com a situação de três jogos por semana. No ritmo atual, mesmo com viagens, os jogadores estão confortáveis, temos um time calibrado, poucas lesões. Talvez essa forma de pensar eu tenha que me adaptar se isso acontecer“, concluiu.