Fernández, da Argentina, busca alívio do dólar de Lula no Brasil

O presidente argentino Alberto Fernández chegou à residência presidencial brasileira para se encontrar com seu homólogo Luiz Inácio Lula da Silva enquanto autoridades dos dois países estudam como evitar o dólar no comércio entre nações vizinhas.

BRASÍLIA, Brasil — O presidente argentino Alberto Fernández chegou à residência presidencial brasileira para se encontrar com seu homólogo Luiz Inácio Lula da Silva enquanto autoridades de ambos os países estudam como evitar o dólar no comércio entre nações vizinhas.

A economia da Argentina parece particularmente frágil depois que uma corrida ao peso nos mercados financeiros levou a uma forte desvalorização da moeda local no final do mês passado, bem como a uma fuga de dólares americanos das reservas do banco central.

Lula pretende propor uma linha de crédito para financiar empresas brasileiras que exportem para a Argentina com a intenção de evitar o uso do dólar, disse o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo.

Na manhã desta terça-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse a repórteres que os dois governos estudam possíveis garantias para o governo brasileiro fornecer esse financiamento.

O Brasil é o maior parceiro comercial da Argentina e o acordo pode dar à Argentina algum fôlego em um momento em que sofre com a escassez de dólares e também busca maneiras de manter o comércio.

A Argentina chegou a um acordo com a China que permite que suas empresas paguem pelas importações chinesas com yuan. Lula, por sua vez, elogiou um acordo entre Brasil e China para usar o yuan em seu comércio bilateral enquanto esteve em Xangai no mês passado, enquanto criticava o domínio do dólar no comércio internacional e o Fundo Monetário Internacional.

O ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, disse que seu país está renegociando aspectos de seu acordo assinado com o FMI em 2022 para reestruturar cerca de US$ 44 bilhões em dívidas assumidas pelo governo de centro-direita do antecessor de Fernández, Mauricio Macri.

O Ministério da Economia não respondeu imediatamente a um pedido da AP para comentar os acordos planejados para despejar o dólar no comércio bilateral.

A visita de Fernández ao Brasil ocorre semanas depois de ele anunciar que não buscará a reeleição nas eleições de outubro. Ele está acompanhado em Brasília por Massa e pelo embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli, ambos considerados possíveis candidatos à presidência.

Além das questões econômicas, Fernández e Lula devem discutir a possibilidade de reiniciar a União das Nações Sul-Americanas como parte de uma agenda mais ampla de integração sul-americana.

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Politi informou de Buenos Aires.

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