Facebook, Google e Twitter dizem que o projeto de notícias falsas no Brasil aumenta os riscos de segurança e privacidade – 25/06/2020

Por Alberto Alerigi Jr.

SÃO PAULO (Reuters) – As maiores empresas de mídia social do planeta disseram em nota conjunta que o projeto de lei que cria a Lei das Notícias Falsas põe em risco a privacidade e a segurança dos usuários no país, além de aprofundar o exclusão digital no Brasil.

A opinião do senador Angelo Coronel (PSD-BA) foi apresentada na quarta-feira e deve ser votada na quinta-feira na sessão plenária do Senado. O texto cria o Conselho de Transparência e Responsabilidade da Internet, composto por representantes do Congresso, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), além de membros do Comitê Brasileiro de Administração da Internet, de a sociedade. serviço civil, provedores de serviços de internet, aplicativos e conteúdo e também os setores de mídia e telecomunicações.

No entanto, o projeto estabelece a obrigação de identificar usuários e determina que as operadoras de telefonia atuem na validação de registros, especialmente aqueles que usam chips pré-pagos.

Críticos, incluindo os gigantes da Internet que assinaram a nota conjunta, dizem que o texto não passou por debates suficientes com a sociedade civil, a academia e os especialistas, ao contrário do que aconteceu com a Estrutura Civil da Internet. Eles também alertam que a operação remota do Congresso, devido a medidas de isolamento e distância devido à pandemia de coronavírus, pode dificultar discussões adicionais.

“O relatório insiste e destaca os problemas que podem ter um impacto desastroso e generalizado em milhões de brasileiros e na economia do país”, alertam o Facebook, Google e Twitter, além do Whatsapp, controlado pelo Facebook. “Além de contradizer diretamente a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), o novo texto também viola o Marco Civil da Internet (MCI)”, afirmam as empresas, acrescentando que a MCI determina a retenção da menor quantidade possível de dados pessoais. e comunicações privadas.

Segundo as empresas, o projeto do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) tem entre seus principais problemas o artigo 7, que exige um documento de identidade válido e um número de celular brasileiro (e, no caso de um celular) passaporte) Para o uso de redes sociais e aplicativos de mensagens no Brasil.

Além disso, o texto relatado por Angelo Coronel também exige o envio do código de verificação por SMS para garantir que o celular reportado pertença ao usuário.

“O objetivo do novo texto não é mais criar mecanismos para combater a desinformação, mas tornar-se um projeto para a coleta massiva de dados do usuário, sem deixar claro o problema que se pretende abordar e combater”, afirmam as empresas do setor. observe, citando que o projeto insiste em uma proposta para rastrear as mensagens trocadas pelos usuários por 3 meses em caso de encaminhamento de mais de cinco usuários, dentro de 15 dias, para grupos e listas de transmissão.

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