Explosões de rádio: cientistas descobrem novas pistas do mistério espacial – 11/06/2020

Uma descoberta recente de vislumbres observadas no espaço profundo pode lançar luz sobre um misterioso fenômeno astrofísico que foi estudado por 13 anos. Isso é uma rápida explosão de rádio, em inglês Fast Radio Burst (FRB).

A notícia, publicada nesta segunda-feira (8) no Monthly Notices da Royal Astronomical Society, é que um grupo de astrônomos britânicos conseguiu identificar que algumas dessas explosões são cíclicas. No caso mais recente, eles são repetidos a cada 157 dias.

O que são explosões rápidas de rádio?

Explosões rápidas de rádio, popularmente chamadas de flashes, são explosões que podem liberar, em um milissegundo, a mesma energia que o sol emite em quase um século. Em outras palavras, um fenômeno de alta energia que permanece um mistério para a comunidade científica.

A primeira vez que um FRB chamou a atenção dos cientistas foi em 2007. Desde então, eles foram capazes de observar que nem todas as explosões são repetidas e que o curto período de tempo da atividade dificulta os estudos.

Portanto, qualquer nova pista é bem recebida pela comunidade e pode fornecer esclarecimentos sobre esse fenômeno. Isso ocorre porque, mesmo depois de tantos anos, a origem dessas explosões ainda é desconhecida.

Nova informação

Um grupo de astrônomos acompanha o FRB 121102 há cinco anos com o telescópio Lovell no Jodrell Bank Observatory, na Inglaterra. Foi a partir deste estudo e trabalho de monitoramento que eles identificaram o ciclo de atividade de 157 dias.

Segundo estudos, parece que o FRB 121102 dispara rajadas por 90 dias e permanece inativo por mais 67 dias. Segundo os cientistas, ainda não está claro o que está por trás da frequência das explosões. Ainda assim, eles têm alguma adivinhação.

O grupo de astrônomos envolvidos no estudo de explosões rápidas de rádio acredita que os ciclos ocorrem oscilando no eixo de rotação de uma estrela de nêutrons altamente magnetizada. Ou mesmo pelos movimentos orbitais de uma estrela de nêutrons em um sistema binário.

“Esta emocionante descoberta destaca o quão pouco sabemos sobre a origem dos FRBs”, disse Duncan Lorimer, reitor associado de pesquisa da Universidade da Virgínia Ocidental e co-autor do estudo. “Mais observações de um número maior de FRBs serão necessárias para obter uma imagem mais clara dessas fontes periódicas e esclarecer sua origem”.

De acordo com especialistas, até o momento, mais de 100 explosões rápidas de rádio foram observadas no espaço profundo. Em janeiro deste ano, os cientistas descobriram o FRB 180916.J0158 + 65, que possui um ciclo de atividade de 16 dias. Segundo os astrônomos, ele dispara rajadas por um período de quatro dias e, após um intervalo de 12 dias, retoma a atividade.

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