A Polícia Federal do Brasil prendeu no sábado o ex-chefe de segurança pública do país sob acusações de conluio com manifestantes que eles invadiram o palácio presidencial, a Suprema Corte e o Congresso em 8 de janeiro.
Anderson Torres, responsável pela segurança da capital na época dos distúrbios, foi detido no aeroporto de Brasília, de acordo com uma declaração da polícia federal brasileira.
A polícia capturou Torres depois que o Supremo Tribunal do Brasil emitiu um mandado de prisão contra ele na semana passada, acusando-o de não atuar em seu papel de chefe de segurança.
A omissão foi amplamente comprovada pelo previsibilidade de comportamento de grupos criminosos e a falta de segurança que permitiu a invasão de prédios públicos”, disse o ministro Alexandre de Moraes, do STF, segundo a BBC.
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva disse que os responsáveis pela proteção do palácio presidencial foram cúmplices ao permitir que manifestantes entrassem em prédios do governo, mas Torres, que era chefe de segurança do ex-presidente Jair Bolsonaro, insistiu que é inocente.
Torres foi demitido do cargo logo após a rebelião pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha.
A polícia também encontrou um documento na casa de Torres que eles vincularam a uma tentativa de anular os resultados das eleições de outubro, mas Torres disse que o documento foi tirado do contexto.
Torres estava de férias na Flórida antes de sua prisão, mas voltou depois que o atual ministro da Justiça, Flavio Dino, disse que as autoridades dariam a Torres até segunda-feira para retornar ao Brasil ou seria extraditado.
A prisão ocorreu um dia após decisão do STF incluir Bolsonaro em sua investigação sobre os distúrbios.
Os promotores disseram que Bolsonaro pode ter incitado os tumultos ao se recusar a admitir a derrota após a eleição e questionar abertamente a legitimidade da eleição.
“As figuras públicas que continuam a conspirar covardemente contra a democracia… serão responsabilizadas”, disse Moraes.