EUA apostam em Bolsonaro para cancelar viagem à Rússia, diz fonte

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, Brasil, 28 de janeiro de 2022. REUTERS/Adriano Machado/Foto de arquivo

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RIO DE JANEIRO, 1º de fevereiro (Reuters) – O governo dos Estados Unidos pediu ao presidente Jair Bolsonaro que cancele uma visita ao presidente Vladimir Putin na Rússia devido às crescentes tensões sobre o aumento de suas tropas perto da Ucrânia, disse uma pessoa com conhecimento do assunto. Reuters.

A ação diplomática, noticiada pela primeira vez pelo jornal Folha de S.Paulo, parece fazer parte de um esforço global dos Estados Unidos para isolar a Rússia em meio a preocupações de um possível conflito na Ucrânia.

Para Bolsonaro, um populista de extrema direita que perdeu um importante aliado na derrota eleitoral de 2020 do ex-presidente dos EUA Donald Trump, a viagem, planejada para este mês, representa uma chance de estabelecer sua influência global enquanto enfrenta uma batalha árdua para reconquistar o país. -eleição este ano.

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Autoridades dos EUA temem que a viagem a Moscou possa encorajar Putin enquanto ele se envolve em negociações para evitar uma invasão, disse a fonte, que não estava autorizada a falar publicamente.

“Não é um bom momento para ir”, disse a fonte, acrescentando que autoridades norte-americanas “tentaram dissuadir (Bolsonaro) de fazer a viagem”, enfatizando que poderia ser um “erro de cálculo”.

Um funcionário do Departamento de Estado dos EUA disse que estava ciente dos relatos sobre a viagem de Bolsonaro, mas não respondeu a perguntas sobre se Washington o estava pressionando para cancelar a visita.

“Os Estados Unidos, o Brasil e outras nações democráticas têm a responsabilidade de defender os princípios democráticos e proteger a ordem baseada em regras, e reforçar esta mensagem à Rússia em todas as oportunidades”, disse o funcionário do Departamento de Estado.

A Casa Branca não respondeu a um pedido de comentário.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil se recusou a comentar o assunto.

Um diplomata brasileiro, que pediu para não ser identificado, disse que a viagem de Bolsonaro ainda estava em andamento e que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, não havia pressionado o Brasil a cancelá-la quando ligou para o chanceler brasileiro, Carlos Franca, no domingo.

“Não se falou em cancelamento (na ligação)”, disse ele, acrescentando que os Estados Unidos sabem que a visita de Bolsonaro a Moscou é apenas sobre comércio.

O jornal Folha, citando diplomatas brasileiros, disse que Bolsonaro não tem planos de oferecer apoio a Putin ou tomar partido. Ele disse que Bolsonaro se limitaria a áreas de interesse bilateral, como comércio, acrescentando que não tinha planos de cancelar a viagem.

Na segunda-feira, Bolsonaro disse esperar que a crise com a Ucrânia seja resolvida “em harmonia”. Falando durante uma entrevista na TV, ele disse que não esperava trazer o assunto à tona durante sua reunião com Putin, já que busca se concentrar mais em assuntos econômicos, como o agronegócio.

“Se esse assunto surgir, virá do presidente russo”, disse ele. “Esperamos que tudo se resolva com tranquilidade, em harmonia. O Brasil é um país pacífico.”

O Brasil votou nesta segunda-feira a favor de uma moção dos EUA para discutir a situação da Ucrânia no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Os Estados Unidos precisavam de pelo menos nove votos para prosseguir com a reunião do conselho depois que a Rússia convocou uma votação processual. Dez membros votaram a favor, Rússia e China votaram não, enquanto Índia, Gabão e Quênia se abstiveram.

A fonte disse que o voto do Brasil ajudou a diminuir os temores de que Bolsonaro possa tomar partido na situação da Ucrânia, mas acrescentou que a viagem ainda é uma preocupação.

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Reportagem de Gabriel Stargardter Reportagem adicional de Lisandra Paraguassu e Anthony Boadle em Brasília e Matt Spetalnick em Washington Edição de Brad Haynes e Rosalba O’Brien

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