A pandemia de coronavírus na quinta-feira (26) ultrapassou 4.000 mortes na Espanha, onde as autoridades esperam atingir o limite de casos, em um país com muitos hospitais sobrecarregados pelo fluxo de pacientes.
Em seu saldo diário, o Ministério da Saúde registrou 655 novas mortes, com um total de 4.089, metade delas na região de Madri, 2.090.
A Espanha é o segundo país do mundo com mais mortes por Covid-19, apenas atrás da Itália.
Fernando Simón, diretor do centro de emergências de saúde, indicou que “87% dos mortos têm mais de 70 anos”.
Os casos confirmados são 56.188 e 7.015 pessoas foram curadas, 30% a mais em 24 horas.
O aumento nos números foi impressionante na última semana em uma Espanha que foi submetida a um fechamento quase total desde 14 de março, para reduzir o risco de transmissão. Desde sexta-feira, o número de mortos quadruplicou.
No entanto, as autoridades destacaram o forte aumento no número de pacientes curados e a redução na taxa de mortalidade, que aumentou 19% nesta quinta-feira, menos que na quarta-feira (+ 27%), quando um recorde de 738 mortes foi atingido.
A taxa de infecção também foi moderada e na quinta-feira o aumento foi de 18%, dois pontos a menos do que nos últimos dois dias.
Com muita cautela, o ministro da Saúde, Salvador Illa, disse que “os dados dos últimos dias indicam uma mudança na tendência” e que “o número de casos pode estar chegando ao seu limite”.
No entanto, ele alertou que, uma vez excedido esse limite, haverá um “efeito de acúmulo” nos hospitais, devido ao longo período de hospitalização de que muitos pacientes precisam.
Compras em massa de material
A situação é crítica em vários hospitais do país, onde profissionais de diferentes especialidades se mobilizaram para atender ao fluxo de pacientes e as unidades de terapia intensiva estão sobrecarregadas.
Os profissionais também relatam uma séria falta de material de proteção, especialmente máscaras, além de respiradores e equipamentos para fazer diagnósticos adicionais.
“As emergências estão sobrecarregadas no momento”, disse à AFP Jorge Rivera, porta-voz do hospital Leganés, perto de Madri.
Nesta semana, a Espanha pediu à Otan ajuda na obtenção de máscaras, testes rápidos e ventiladores para assistência respiratória.
Objetivo: massificar os testes
Para acelerar o diagnóstico e combater a pandemia de forma mais eficaz, a Espanha também conta com a realização de testes rápidos de extensão maciça, quando até agora realizou diagnósticos com um método mais trabalhoso, obtendo entre 15.000 e 20.000 exames diários.
Segundo Fernando Simón, nos próximos dias “cerca de 5 milhões” de testes rápidos virão do exterior.
Ao mesmo tempo, eles estão trabalhando com empresas locais de biotecnologia “para que esses testes possam ser produzidos na Espanha a curto prazo”.
A Espanha e seus mais de 46 milhões de habitantes permanecerão confinados até pelo menos 11 de abril.
Agence France-Presse