Embaixador nos EUA: os países emergentes precisam de um papel maior no G20

O embaixador da Argentina nos Estados Unidos, Jorge Argüello, disse que os países emergentes têm a oportunidade de gerar uma “voz comum” no G20 porque seus presidentes atuais, anteriores e futuros são potências econômicas em ascensão.

Na exibição do documentário “G20: o futuro emergente”, realizado na Universidade Argentina de Negócios (UADE), Argüello -que também é o sherpa argentino do G20 disse que a agenda do G20 ainda era amplamente dominada pelo G7.

“Queremos ter um papel mais forte no G20”, disse ele.

Os antigos, atuais e futuros presidentes do G20, conhecidos como sua “troika”, lideram a agenda do grupo. Atualmente, esse grupo é formado por três países emergentes: Indonésia, Índia e Brasil. A África do Sul, outra economia emergente, presidirá o fórum em 2025.

“Nos próximos anos, as presidências consecutivas da Índia, Brasil e África do Sul podem impulsionar uma nova perspectiva para que a agenda deste fórum internacional não seja simplesmente reciclar a agenda do G7”, disse Argüello.

“Se você não está sentado à mesa, é provável que esteja no cardápio.”

Argüello disse que o G7 tem “uma posição unificada e uma voz única” desde a criação do fórum em 1999, e os países emergentes estão em negociações para estabelecer “uma voz única e unificada” no fórum, acrescentando que a Argentina tem “um papel importante jogar”.

Argüello também disse que os países latino-americanos do G20 – Argentina, Brasil e México – não conseguiram gerar um “discurso comum” no fórum. Ele enfatizou a importância de os países emergentes da região chegarem a um consenso básico sobre financiamento e investimento dos países para a transição energética e o desenvolvimento digital, entre outros temas.

O embaixador da Índia na Argentina, Dinesh Bhatia, cujo país preside actualmente o G20, disse que a África do Sul é o único país africano que faz parte do G20, algo que, acrescentou, poderá mudar em breve.

“Entendo que é uma questão de usar uma palavra estabelecida, mas não gosto do termo ‘países emergentes’”, disse ele à platéia. “Estamos fora agora.”

O documentário, que reúne depoimentos de representantes indianos, russos, brasileiros e mexicanos, foi produzido pela Open Embassy Foundation, liderada por Argüello.

O ministro das Relações Exteriores, Santiago Cafiero, disse em uma mensagem de vídeo gravada no evento que o papel crescente dos países emergentes do G20 mostra que “o Sul Global está liderando o caminho” na economia, PIB mundial e respostas a crises e desafios do mundo.

“Uma agenda que reflita nossos interesses contribuirá para um sistema internacional mais equilibrado”, disse Cafiero.

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