WASHINGTON – O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, diagnosticado com Covid-19, postou em seu Twitter na noite de sábado um vídeo no qual busca assegurar ao povo americano que está bem. As dúvidas sobre o estado real de saúde do presidente vieram à tona neste sábado, em meados de afirmações contraditórias equipe médica e representantes da Casa Branca.
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Pálido, um pouco abatido e sentado à mesa, Trump disse que não estava bem quando chegou ao hospital, mas agora está “muito melhor”. O presidente, no entanto, disse que o “verdadeiro teste” da gravidade do seu caso será nos próximos dias, dado o curso natural da doença. Horas antes, o chefe de gabinete da Casa Branca, Mike Meadows, havia dito que nas próximas 48 horas eles são críticos “ para o presidente e que sua imagem é “muito preocupante”.
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– Quando cheguei aqui, não me senti muito bem. Eu me sinto muito melhor agora. Estamos trabalhando muito para minha recuperação total. Tenho que voltar porque ainda temos que tornar a América grande de novo – disse o presidente, repetindo seu lema. – Os próximos dias serão o verdadeiro teste, então vamos ver o que acontece.
O vídeo, cuja data de gravação não é clara, tem cerca de quatro minutos e é a mais longa declaração do presidente desde seu diagnóstico. Foi anunciado, sexta-feira. Trump, que agradeceu a equipe médica e disse estar ansioso para retornar à campanha, disse que tinha a opção de permanecer isolado em sua residência oficial na Casa Branca, sem sair ou ver ninguém, mas preferiu se expor ao vírus:
– Não posso ficar preso em um quarto lá em cima (na residência oficial da Casa Branca), totalmente seguro, e dizer “aconteça o que acontecer, vai acontecer”. Como líder, tenho que enfrentar problemas. Nunca houve um grande líder que fez isso, disse ele.
Em um boletim publicado por volta das 22h (horário de Brasília), o médico do presidente, Sean Conley, disse que Trump “melhorou substancialmente” desde o diagnóstico. Segundo a nota, o presidente segue sem febre e seu nível de oxigenação variou entre 96% e 98% durante o dia (níveis considerados normais). O comunicado também afirma que, embora a situação continue perigosa, os médicos estão “cautelosamente otimistas”.
Segundo Conley, Trump passou a tarde trabalhando e andando pelo quarto do hospital, antes de receber a segunda dose do remdesivir, medicamento que teve uso emergencial autorizado pelo FDA, a americana Anvisa. Na mesma linha, fontes do canal ABC disseram que o presidente estava “entediado” e passou a tarde fazendo ligações para aliados. Segundo os médicos, não há prognóstico de alta.
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Trump, que nega a gravidade da pandemia e se recusa a seguir as recomendações das autoridades de saúde, disse durante a gravação que a primeira-dama Melania está bem, embora também tenha contraído a doença:
– Ela é mais nova que eu, só um pouco – disse o presidente, 74, sobre sua esposa, 50. – Pelo que sabemos sobre a doença, conhecemos a situação do idoso versus o jovem. E a Melania cuida das estatísticas, como deve ser.
O vídeo foi divulgado no final de um dia marcado por declarações cruzadas que só aumentaram a incerteza sobre o estado de saúde do presidente. Em entrevista coletiva no início da tarde, sua equipe médica se absteve de responder a perguntas detalhadas sobre a saúde e os exames do presidente, dizendo apenas que ele estava “muito bem”, sem febre há 24 horas, com bons sinais vitais. . e que sua tosse, fadiga e congestão nasal estavam melhorando.
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Meadows, no entanto, disse a repórteres que a imagem do presidente é “muito preocupante” e que ele ainda não está fora de perigo. O chefe de gabinete pediu para falar anonimamente, mas sua identidade foi revelada em um vídeo postado na Internet. Segundo fontes próximas ao presidente ouvidas pela imprensa americana, Trump teria recebido oxigênio na sexta-feira após sentir falta de ar e baixa oxigenação.
Questionado sobre o assunto, o médico de Trump, Sean Conley, apenas disse que o presidente não havia recebido oxigênio no sábado, mas não quis dizer se isso já havia acontecido. Durante a entrevista, a equipe médica também deu a entender que o diagnóstico do presidente foi na quarta-feira, e não na quinta-feira, como se acreditava anteriormente, levantando questões sobre a credibilidade das informações prestadas pela Casa Branca.