Em estado vegetativo, o paciente acorda após tomar medicamentos para insônia.

Richard, 29, sofria de falta de oxigênio depois de engasgar com um pedaço de carne. Como resultado, ele perdeu a capacidade de falar, comer e até mesmo se mover devido a uma grave lesão cerebral.

O paciente ingeriu um comprimido de Zolpidem e, assim, “acordou” do estado vegetativo. “Sua condição é na verdade chamada de mutismo acinético, um quadro clínico muito raro”, disse Hisse Arnts, principal autor do estudo e neurocirurgião residente do UMC (Radboud University Medical Center) em Amsterdã, na Holanda.

“Esses pacientes têm um nível de consciência intacto, mas não conseguem falar ou se mover espontaneamente. O paciente está constantemente em estado de vigília, de profunda apatia, aparentemente indiferente à dor, sede, fome e não demonstra emoções ”, disse a médica.

De acordo com o relato do caso, 20 minutos após o paciente ter tomado a medicação, ele passou a falar espontaneamente, perguntou o que estava acontecendo e se poderia pedir uma refeição rápida.

O paciente também deu alguns passos e chamou seu pai, que não ouvia sua voz há anos. Richard permaneceu assim por mais de 30 minutos, antes de retornar ao seu estado anterior. Recebeu mais doses do medicamento e reagiu positivamente com períodos de atividade de até 2 horas.

No entanto, depois de receber doses diárias, os médicos notaram uma redução severa na eficácia. O efeito da medicação foi diminuindo devido à frequência.

Richard passou por vários testes, nos quais o cérebro mostrou hiperatividade em certas partes que o sono foi capaz de suprimir, criando espaço para fala e movimento.

“Se eu pudesse comparar a função cerebral, por assim dizer, com uma grande orquestra de cordas, em nosso paciente, os primeiros violinos tocam tão alto que abafam os outros membros da orquestra de cordas e as pessoas não conseguem mais se ouvir. O remédio garante que esses primeiros violinos soem mais suaves para que todos tocem corretamente ”, explicou o Dr. Hisse Arnts.