O veterano zagueiro uruguaio Diego Godin disse na terça-feira que a recusa dos clubes da Premier League em entregar jogadores aos países da lista vermelha do COVID-19 manchou as eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo.
Já sem o ferido Luis Suarez, o bicampeão mundial terá que passar sem seu outro ícone ofensivo, Edinson Cavani, do Manchester United.
Os gigantes da Premier League, junto com campeões como Manchester City, Liverpool e Chelsea, se recusaram a permitir que um grande número de jogadores ingressassem em suas seleções porque eles devem jogar partidas em países da lista vermelha, o que significa que eles teriam que ser colocados em quarentena por 10 dias após seu retorno à Inglaterra.
Isso os obrigaria a perder dois jogos do campeonato, além de um na Liga dos Campeões.
Em um clássico confronto de clubes contra países, são as seleções que perdem, principalmente o Brasil, que deve enfrentar sem nove jogadores convocados originalmente pelo técnico Tite.
“Tudo o que direi é a verdade que a competição foi obscurecida pelo que aconteceu”, disse Godin aos repórteres ao chegar ao Uruguai vindo de seu clube italiano, o Cagliari.
“Não é normal que as seleções não possam contar com os jogadores que os treinadores querem escolher.
“No nosso caso, estamos sem Edi e não é normal que os jogadores se perguntem se devem ou não vir, porque estão apanhados no meio”.
É um duro golpe para o Uruguai em uma disputa de qualificação que traz oito equipes do terceiro colocado Equador ao último Peru, separados por apenas cinco pontos.
O Uruguai viaja para o Peru na quinta-feira antes de receber a Bolívia e o Equador.
Brasil vai implantar ‘reservas’
A certa altura, parecia que cerca de 30 jogadores não estariam disponíveis depois que as ligas espanhola, italiana e portuguesa se juntaram aos ingleses para dizer que apoiariam clubes que impedem seus jogadores de viajar.
Mas essas ligas cederam devido a regras de quarentena diferentes, o que significa que os jogadores da Espanha, Itália ou Portugal não podem perder nenhum jogo do clube.
De longe, o país mais afetado é o Brasil, com jogadores como Thiago Silva do Chelsea, trio do Liverpool Alisson, Roberto Firmino e Fabinho, duo do Manchester City Ederson e Gabriel Jesus e Fred do Manchester United ausentes.
Mas a Seleção também é o único país com profundidade de talento para armar tal golpe e, depois de vencer suas seis primeiras partidas eliminatórias, o Brasil tem seis pontos de vantagem na liderança da tabela individual da CONMEBOL.
A maioria dos especialistas acha que as reservas do Brasil podem se classificar no grupo, mas não querem perder para a arquirrival Argentina em hipótese alguma.
O blockbuster de 5 de setembro estava destinado a ser o principal assunto das eliminatórias, com Lionel Messi e Neymar se enfrentando pela primeira vez como companheiros de equipe do Paris Saint-Germain.
Messi estreou-se pelo PSG no sábado, como suplente na vitória por 2-0 sobre o Reims.
Há menos de dois meses, ele ajudou a Argentina a encerrar uma espera de 27 anos por um grande troféu ao vencer o Brasil por 1 a 0 no Maracanã na final da Copa América.
Desta vez os times vão jogar em São Paulo no destaque dos três dias.
Foi decisão do órgão dirigente do futebol mundial, a FIFA, adicionar a terceira jornada, após vários adiamentos induzidos pelo coronavírus no ano passado e no início deste ano, o que gerou hostilidades entre o clube e o país.
Figura cult breretona
O Chile, que recebe o Brasil na quinta-feira, é o outro lado perdendo jogadores, com a dupla inglesa Francisco Sierralta de Watford e Ben Brereton do Blackburn, da segunda divisão, incapazes de viajar.
O britânico Brereton, que se classificou para o Chile através de sua mãe em particular, fará falta depois de se tornar um sucesso instantâneo na estreia pelo Chile durante a Copa América, de junho a julho.
Ele jogou todas as cinco partidas do torneio do Chile e marcou o gol da vitória contra a Bolívia.
Brereton é uma figura cult no Chile, já que fãs de um jogo de futebol notaram sua elegibilidade, que então lançou uma campanha nas redes sociais para que ele fosse selecionado.
Em outras partidas na quinta-feira, a segunda colocada Argentina viaja para a Venezuela para defender seu início invicto, enquanto o Equador recebe o Paraguai e a Bolívia recebe a Colômbia.