Digitalização de tarifas de bens importados na EAC começa em tentativa de aumentar a transparência comercial
Os presidentes Uhuru Kenyatta, Felix Tshisekedi, Yoweri Museveni e Paul Kagame e o secretário-geral da EAC, Peter Mathuki, na apresentação do novo mapa da EAC depois que a República Democrática do Congo assinou o Tratado de Adesão da EAC. FOTO | PSCU
NAIROBI, Quênia – O secretariado da Comunidade da África Oriental (EAC) iniciou a digitalização das suas Tarifas Externas Comuns (TEC), medida que visa incentivar a participação dos países no comércio regional e internacional.
Esta TEC visa proteger os Estados membros da união aduaneira da concorrência externa, encarecendo as mercadorias importadas, ao mesmo tempo em que promove o comércio entre os países membros, eliminando tarifas sobre o seu comércio.
De acordo com o secretário-geral da EAC, Peter Mathuki, ele atribuiu o aumento do comércio intrarregional à boa vontade política entre os membros da Cúpula de Chefes de Estado da EAC e ao relaxamento das restrições do COVID-19 na região, entre outros fatores.
Mathuki disse que as discussões de alto nível entre os Chefes de Estado removeram muitas Barreiras Não-Tarifárias (NTBs) que dificultam o comércio intra-regional e expressou a esperança de que este e outros fatores ajudem a elevar o nível do comércio intra-regional no Leste África em pelo menos 40% nos próximos cinco anos.
“A partir de 1º de julho de 2022, as importações de bens disponíveis localmente na região; como carne, móveis e têxteis, têm uma tarifa de 35 por cento. A medida visa promover a produção local, a agregação de valor e a industrialização”, disse Mathuki, acrescentando que a TEC é um dos principais instrumentos do pilar União Aduaneira, que justifica a integração regional por meio da uniformização do tratamento de mercadorias importadas de terceiros.
O programa, implementado com o apoio da Organização Mundial de Alfândegas (OMA), visa fortalecer o setor privado na região, promovendo a participação no comércio regional e internacional.
O comércio intrarregional na Comunidade da África Oriental (EAC) está em trajetória ascendente, situando-se em US$ 10,17 bilhões em setembro de 2022, enquanto o comércio total com o resto do mundo foi de US$ 62 bilhões, o que destaca a necessidade de melhorias adicionais. Isso representa uma participação de 20% no comércio intracomercial no comércio mundial.
A Tarifa Externa Comum (TEC) é uma tarifa, ou imposto, aplicada às mercadorias importadas por um grupo de países que formaram uma união aduaneira. O comércio intra-EAC, que representa importações e exportações nos sete estados parceiros da EAC, cresceu para 15% em 2021, representando um valor de US$ 9,5 bilhões, de 13% ou US$ 7,1 bilhões relatados em 2019.
A digitalização da CET permitirá que o empresariado da região (exportadores e importadores) tenha acesso a informações comerciais do setor privado no comércio internacional.
A plataforma, atualmente em desenvolvimento em parceria com a Global Trade Solution (GTS), permitirá uma migração tranquila da EAC CET durante a transposição do Sistema Harmonizado (SH).
Prestará informação sobre a administração e gestão do Regime de Remessas Fiscais, a produção de informação e a publicação de outras medidas que afetem a implementação do AEC.
A plataforma também incluirá a gestão de tratamento tarifário preferencial em bens originários importados de Comunidades Económicas Regionais (REC) onde os estados parceiros da EAC são membros.
Além disso, fornecerá ilustrações pictóricas de produtos por linha tarifária, bem como um link para o Sistema Harmonizado da OMA.
De acordo com um comunicado do secretariado da EAC, a plataforma será lançada e disponibilizada para uso público no dia 30 de junho.
Acessível eletronicamente a partir de computadores e dispositivos móveis, a plataforma conterá funcionalidades de busca por código tarifário ou descrição genérica do produto com extração de dados para fins estatísticos conforme solicitação dos usuários.
A EAC atualmente implementa um AEC de quatro bandas com uma taxa mínima de zero por cento para matérias-primas e bens de capital e 10 por cento para bens intermediários não disponíveis na região.
Além disso, há 25% para bens intermediários disponíveis na região e 35% para produtos acabados importados disponíveis na região.
No entanto, existem outros produtos classificados como “produtos sensíveis” que sofrem um imposto superior a 35 por cento listados no Anexo 2 da CET.
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