Dias de coronavírus: diálogo e paciência com crianças são necessários no momento, alertam psicólogos

Mayra Christie
Jornal Brasília / Agência UniCeub

Toda mudança. Agora, jogar é apenas dentro de casa. A notícia que chega a eles fala sobre o medo de um vírus que transformou a rotina de todos. Viver um período em que tudo o que é visto nas notícias está relacionado à pandemia de coronavírus é um momento delicado para todos. No entanto, quando se trata de crianças, transmitir essas informações requer cuidados extras. Os psicólogos alertam que o diálogo, a paciência e a cautela são as principais ferramentas para lidar com as crianças nesse estágio.

Diálogo

O professor de psicologia Eduardo Legal está atento à importância da posição dos pais em casa em dias como esses. “Pais e cuidadores são, na época, os modelos que as crianças têm de resistência e resistência à situação imposta”, diz ele. Portanto, é necessário tratar a situação com toda a prudência e calma possível, como ele explica. “(É necessário) mostrar a realidade da situação sem pânico, mas com seriedade. Isso aumenta as chances de as crianças aprenderem a lidar com esses estressores da melhor maneira possível “, acrescentou.

A psicóloga infantil Gemmima Bandeira afirma que é necessário identificar o conhecimento prévio das crianças. “Antes de qualquer explicação, precisamos saber o que a criança já sabe sobre tudo o que está acontecendo”, explica Gemmima. É a partir dessas respostas que os pais saberão como lidar com essa situação de acordo com cada faixa etária. “Pode ser através de desenhos explicativos sobre cuidados com a higiene ou com vídeos informativos para crianças sobre o vírus”, explica o psicólogo.

“Expliquei a ele que precisamos ficar em casa para cuidar um do outro” Nayara Monteiro, mãe de 3 filhos.

Eduardo Legal acrescenta que a melhor maneira de transmitir essas informações é não entrar em pânico e usar um vocabulário fácil de entender. “A paz de espírito ao conversar com eles é essencial para estabelecer o medo que leva ao zelo e não o terror que leva ao sofrimento”.

As notícias

Saber como filtrar as informações que chegam à sua casa é outra atitude importante. Não apenas para crianças, mas também para todos que vivem em casa. “Muita informação cria ansiedade e as crianças sentem todo o estresse no ambiente”, diz Gemmima. “A ideia é que todos possam usá-lo para consumir o que é produtivo e gerar um repertório”, acrescentou.

Mãe de três filhos, de 3 meses a 7 anos, Nayara Monteiro, diz que, em casa, evitam assistir televisão. “Tento manter meus filhos longe de más notícias. Expliquei a situação toda para eles, mas não acho saudável que eles se envolvam por 24 horas. Fico informado pelas redes sociais e transmito o que considero necessário ”, explicou.

Para quem não fica sem assistir ao noticiário, Eduardo Legal sugere que esse ônus da informação seja reduzido ao escolher quando ligar a televisão para assisti-lo. “Definir um horário específico para a informação (como jornais da manhã, meio-dia e noite, por exemplo) pode reduzir a carga de informações sobre o assunto e facilitar a absorção de seus impactos psicológicos”, diz ele.

O psicólogo infantil também explica a importância de informar as crianças sobre notícias positivas no meio da situação. “Mensagens positivas podem reduzir esse movimento apocalíptico. Seu filho sabe que os acadêmicos estão trabalhando duro para encontrar a vacina e o medicamento? Você sabia que você, como família, está garantindo sua segurança? Diálogo e paciência serão antídotos no momento “, alerta.

Atividades em casa

Quanto a manter as crianças ocupadas em casa, Eduardo Legal relembra algumas atividades que podem ajudar ao longo do tempo e fortalecer os laços familiares: “Atividades que envolvem jogos, cuidados gerais com a casa e o meio ambiente, leitura, reforço de contidas na escola (na medida do possível), são ações que podem ajudar muito a lidar com essa situação, tanto para as crianças quanto para os pais ”, afirma.

O psicólogo infantil Gemmima também destaca, além das atividades, a necessidade de manter uma rotina. “Precisamos manter uma rotina básica (hora de comer, brincar, dormir, cuidar da higiene).”

Com isso, Nayara diz que já usou jogos educativos para manter as crianças entretidas e informadas. “Eu experimentei água, orégano e sabão com eles, para explicar a importância de lavar as mãos. Hoje pedimos uma pizza e a primeira coisa que minha filha disse quando o pai chegou em casa foi lavar as mãos e esfregar o gel com álcool “, disse ela. Nayara também relata que ela tenta fazer algumas atividades diferentes com seus filhos, mas que ela não pode ser criativa todos os dias. “Eu ainda estou organizando sobre isso. Às vezes, as crianças ficam super entediadas por ter que ficar em casa, então eu tento ser criativo com os jogos … Mas há dias em que eu só quero ser jogada no sofá sem fazer nada. ”

Tenha cuidado

Dada a situação, o importante é sempre manter a calma. “O estresse adulto afeta direta ou indiretamente a criança, que é mais afetada por isso do que pela própria pandemia”, acredita o psicólogo. Portanto, manter uma rotina silenciosa e filtrar o que entra em sua casa e o que é passado para seus filhos são as melhores maneiras de evitar assustá-los e criar um cenário caótico na mente desses pequenos.

“As pandemias representam um risco de infecção para as pessoas, e isso gera medo, ansiedade e desesperança para muitos. Cuidar da saúde, em geral, é importante para se manter livre do agente infeccioso e também do risco de transmiti-lo a outras pessoas “, lembra Eduardo Legal, que ainda está ciente da questão de manter esforços também na pós-pandemia, para minimizar efeitos como depressão, estresse pós-traumático e distúrbios obsessivos e compulsivos É justamente agora que os corações dos pequenos estão se preparando: “tudo ficará bem”.

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