Destaque: o progresso do Brasil rumo à cooperação energética internacional

Destaque: o progresso do Brasil rumo à cooperação energética internacional

A nova administração federal do Brasil chefiada por Luiz Inácio Lula da Silva está trabalhando para fortalecer os laços internacionais para atrair investimentos no setor de energia.

Desde que assumiu o cargo, em janeiro, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, se reuniu com representantes de vários países.

O último encontro aconteceu na terça-feira com a embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley (na foto com Silveira), para discutir parcerias e investimentos de empresas americanas no Brasil em energia elétrica, petróleo e gás e cadeia de minerais críticos.

Os tópicos abordados incluíram hidrogênio de baixo carbono, biocombustíveis, combustíveis de aviação sustentáveis, energia eólica offshore e pequenos reatores modulares.

Os EUA são o principal fornecedor de derivados de petróleo e gás do Brasil, tendo entregue 22Mm3 (milhões de metros cúbicos) ao país sul-americano em 2021, segundo os últimos dados do regulador ANP.

Por sua vez, os EUA são um importante comprador do petróleo brasileiro, com 47,3 Mb (milhões de barris) importados no mesmo período.

FRANÇA

Na véspera, Silveira se reuniu com o ministro do Comércio Exterior da França, Olivier Becht, e com a embaixadora da França no Brasil, Brigitte Collet.

Para os franceses, que têm como meta zero emissões líquidas até 2050 e um plano de aceleração das energias renováveis, o Brasil é visto como um parceiro privilegiado para projetos de produção e exportação de energia de baixo carbono.

As empresas francesas que operam no Brasil incluem a Voltalia, que está expandindo a geração renovável local e visando o hidrogênio verde, e a TotalEnergies, que tem planos ambiciosos para os segmentos de petróleo, gás e energia renovável.

ALEMANHA

Outra nação europeia que está de olho no Brasil é a Alemanha.

Em março, Silveira e o ministro alemão de Assuntos Econômicos e Ação Climática, Robert Habeck, assinaram um acordo para promover a transição energética e reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Na ocasião, o ministro brasileiro sugeriu a contratação do hidrogênio de baixo carbono pelos alemães. A ideia é realizar um leilão com contratação garantida pelo governo alemão para o desenvolvimento do programa de hidrogênio de baixo carbono para Brasil e Alemanha.

Em 2022, a alemã Neuman & Esser assinou um memorando de intenções com o estado brasileiro de Minas Gerais para investir até 45 milhões de reais (atualmente US$ 9 milhões) na produção de equipamentos de geração de hidrogênio verde.

Enquanto isso, o regulador de portos e hidrovias do Brasil, Antaq, e a agência de desenvolvimento alemã GIZ estão discutindo a cooperação relacionada ao hidrogênio verde e outras fontes de energia renováveis.

PORCELANA

No final de maio, Silveira se reuniu com o embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, para discutir parcerias nas áreas de transição energética, energia limpa, produção de nitrogênio, investimentos em linhas de transmissão, carros elétricos e desenvolvimento tecnológico.

O encontro aconteceu um mês depois da viagem oficial de Lula à China, onde foram formalizados uma série de acordos energéticos, e do anúncio da Energy China International de um investimento de R$ 10 bilhões em energia renovável e geração de hidrogênio verde no Brasil.

A China é o principal importador de petróleo brasileiro, tendo recebido 228Mb em 2021, e possui diversos players operando no setor de hidrocarbonetos do país, como CNOOC e CNODC, e os grupos de energia elétrica State Grid Brazil Holding (SGBH) e State Power Investment Corporation (SPIC ).

AMÉRICA DO SUL

Na América do Sul, o Brasil pretende retomar o papel de líder na integração energética.

Em fevereiro, Silveira se reuniu com a secretária de Energia da Argentina, Flavia Royón, e com o embaixador do país no Brasil, Daniel Scioli.

Entre os temas discutidos estavam a ampliação das exportações comerciais de eletricidade brasileira para o país vizinho e a colaboração na exploração e produção de lítio, metal importante para a transição energética.

O Brasil também pretende financiar a segunda etapa de um gasoduto a partir do depósito de xisto de Vaca Muerta, na Argentina.

Mais recentemente, o ministro brasileiro disse, após encontro com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que a decisão política do governo federal sobre a integração energética com o vizinho do norte já foi tomada, mas que ainda é preciso fazer a análise de viabilidade .financeiro e técnico.

A linha de transmissão Linhão de Guri liga o complexo hidrelétrico Guri-Macágua, na Venezuela, a Boa Vista, capital de Roraima, único estado brasileiro não conectado à rede elétrica nacional.

A crise energética na Venezuela, os problemas de manutenção da linha e o rompimento das relações durante o governo anterior de Jair Bolsonaro acabaram interrompendo as importações de energia da Venezuela em 2019.

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