Desmatamento na Amazônia brasileira cai nos primeiros seis meses de governo Lula

O desmatamento na Amazônia brasileira diminuiu em um terço durante a primeira metade do ano, de acordo com novos dados de satélite. A floresta tropical teria perdido uma área de 2.650 quilômetros quadrados de janeiro a junho. Obviamente não é o ideal, mas é uma queda significativa em relação aos 4.000 quilômetros quadrados registrados no mesmo período do ano passado.

Desmatamento na Amazônia brasileira cai nos primeiros seis meses de governo Lula
Vista aérea da Amazônia. Créditos da imagem: CIFOR/Flickr.

Luiz Inácio Lula da Silva iniciou seu mandato como novo presidente do Brasil em 1º de janeiro, prometendo acabar com o desmatamento até 2030. Seu antecessor, Jair Bolsonaro, teve a opinião oposta. Bolsonaro permitiu que madeireiros, fazendeiros e garimpeiros ilegais destruíssem a floresta tropical. Durante sua gestão de 2019 a 2022, o desmatamento aumentou 75% em relação à média da década anterior.

Lula prometeu acabar com isso e até agora parece estar dando passos nesse sentido.

A redução de 33,6% no desmatamento foi estimada com base em imagens de satélite fornecidas pelo Instituto Brasileiro de Pesquisas Espaciais. A redução foi especialmente significativa em junho, com queda de 41%. Representantes do governo disseram em coletiva de imprensa que a queda foi resultado direto do aumento de recursos de Lula para a proteção ambiental.

“Atingimos uma tendência constante de queda no desmatamento na Amazônia”, disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a repórteres na coletiva de imprensa. “A decisão política é enfrentar as mudanças climáticas e o desmatamento, com o objetivo de atingir o desmatamento zero até 2030. Estamos fazendo todo o possível para garantir que nosso plano já esteja totalmente operacional.”

Podemos acabar com o desmatamento na Amazônia?

No início deste ano, Lula decretou seis novas reservas indígenas, proibindo a mineração e restringindo a agricultura comercial ali. No mês passado, o presidente apresentou um plano para combater o desmatamento ilegal na Amazônia. Mas seus movimentos pró-ambientais se opõem fortemente.

Os legisladores da oposição recentemente aprovaram novas leis para dar poderes ao Ministério do Meio Ambiente. Embora Lula seja o presidente, o parlamento brasileiro tem mais de uma dúzia de partidos e a aprovação de leis costuma ser um desafio para o presidente. Muitas vezes, a legislação aprovada vai diretamente contra a vontade do presidente.

Lula prometeu confiscar metade de todas as terras desmatadas ilegalmente em áreas com proteção ambiental especial e aumentar o número de territórios protegidos.

Além disso, o presidente brasileiro tem buscado apoio financeiro dos países mais ricos do mundo para financiar programas de salvaguarda da Amazônia. O Brasil abriga três quintos da floresta tropical, que libera grandes quantidades de oxigênio e armazena dióxido de carbono. Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela dividem o restante.

Embora os números da primeira parte do ano tenham sido positivos, ainda é incerto se a tendência continuará. Está chegando o pico do desmatamento e das queimadas, que costuma ocorrer de julho a setembro, assim como o fenômeno meteorológico El Niño, que traz menos chuvas e temperaturas mais altas. Pensando nisso, o governo aumentou o orçamento para o combate aos incêndios florestais.

Um relatório pelo Global Forest Watch publicado no início deste ano descobriu que uma área de floresta tropical do tamanho da Suíça foi perdida até 2022 em todo o mundo à medida que o desmatamento se espalhou. A cada minuto, 11 campos de futebol eram perdidos a cada minuto, com o Brasil liderando a destruição. O relatório sugeriu que as promessas de acabar com o desmatamento foram em grande parte equivocadas.

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