Desmatamento na Amazônia brasileira aumenta em outubro, apesar dos votos da COP26

A fumaça sobe de um incêndio ilegalmente aceso na reserva da floresta amazônica ao sul de Novo Progresso, no estado do Pará, Brasil, em 15 de agosto de 2020.

Carl De Souza | AFP | imagens falsas

O desmatamento na floresta amazônica brasileira aumentou em outubro em relação ao ano anterior, mostraram dados de satélite na sexta-feira, minando os votos do governo do presidente Jair Bolsonaro de que está retardando a destruição de um baluarte crucial contra a mudança climática.

Dados preliminares da agência nacional de pesquisas espaciais INPE mostraram que cerca de 877 quilômetros quadrados (339 milhas quadradas) de floresta foram derrubados no mês passado, um aumento de 5% em relação a outubro de 2020. Foi o pior desmatamento em outubro desde que começou. sistema em 2015.

O Brasil está se esforçando na Cúpula das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26) para sugerir que intensificou a administração da Amazônia, prometendo acabar com o desmatamento ilegal até 2028, dois anos antes da meta anterior.

Mas cientistas, diplomatas e ativistas dizem que essas promessas significam pouco, dado que o desmatamento explodiu sob o governo de Bolsonaro a níveis vistos pela última vez em 2008, quando o populista de extrema direita clama por mais mineração e agricultura na Amazônia.

“Os anúncios do governo não estão mudando a realidade de que o Brasil continua perdendo florestas”, disse Ane Alencar, diretora científica do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, na COP26 em Glasgow. “O mundo sabe onde está o Brasil e essa tentativa de mostrar um Brasil diferente não convence, porque os dados de satélite mostram claramente a realidade”.

Um representante de imprensa da delegação brasileira na COP26 não quis comentar imediatamente. O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, vai falar à mídia a partir das 15 horas, em Glasgow (15h00 em Brasília).

Bolsonaro ofereceu um tom mais conciliatório sobre as questões ambientais desde que o presidente dos EUA Joe Biden assumiu o cargo, jurando em uma cúpula do Dia da Terra na Casa Branca e novamente na Assembleia Geral da ONU para reduzir o desmatamento.

No entanto, o presidente brasileiro supervisionou cortes de pessoal em agências ambientais, dificultou a aplicação da lei ambiental e implantou intervenção militar ineficaz para interromper as operações anti-madeireiras na Amazônia.

Alencar disse que o aumento do desmatamento na Amazônia ressalta a importância de se chegar a um acordo efetivo sobre os mercados de carbono na COP26 para destravar recursos para a preservação das florestas no Brasil.

As negociações entraram em seu último dia programado na sexta-feira, mas podem atrasar porque um acordo ainda não foi alcançado no início da tarde.

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