O desmatamento em agosto foi menor do que no ano passado, mas as taxas ainda são muito maiores do que antes de Bolsonaro assumir o cargo.
O desmatamento na floresta amazônica do Brasil diminuiu em agosto em comparação com o mesmo período do ano passado, continuando uma tendência de queda, embora permanecendo mais alto do que antes de o presidente de direita Jair Bolsonaro assumir o cargo.
Os desmatamentos florestais em agosto totalizaram 918 quilômetros quadrados (354 milhas quadradas), 32 por cento a menos do que no mesmo mês de 2020, mostram dados da agência nacional de pesquisas espaciais (INPE).
A queda marcou o segundo mês consecutivo em que os números do desmatamento foram menores do que nos anos anteriores.
No entanto, o desmatamento na Amazônia brasileira, muitas vezes referido como “o pulmão da Terra”, diminuiu apenas 1,2 por cento de janeiro a agosto de 2021 em comparação com o mesmo período em 2020. Essa redução foi equivalente a 6.026 quilômetros quadrados, ou uma área mais de sete vezes o tamanho da cidade de Nova York.
O desmatamento no Brasil até agora este ano ainda é quase o dobro do que era entre janeiro e agosto de 2018, antes que Bolsonaro assumisse o cargo e imediatamente tomasse medidas para enfraquecer a aplicação da lei ambiental, levando a um boom na exploração madeireira.
No entanto, nas últimas semanas, houve indícios de que o governo Bolsonaro está tomando algumas medidas provisórias para combater a crescente destruição.
O governo dobrou o orçamento para a aplicação da lei ambiental e planeja contratar cerca de 700 novos agentes ambientais de campo, disse o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Pereira Leite, no mês passado.
Desmatamento e incêndios florestais
Apesar das medidas, defensores do meio ambiente dizem que a destruição simplesmente parou e não mostra sinais de retornar aos níveis pré-Bolsonaro.
O alto índice de desmatamento também ajuda a alimentar incêndios florestais, com as árvores derrubadas servindo como isca, de acordo com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia.
Os madeireiros geralmente extraem madeira valiosa e colocam fogo nos restos mortais para limpá-los para eventual uso agrícola.
Uma testemunha da agência de notícias Reuters que viajou para o sul do estado do Amazonas na semana passada viu grandes incêndios que levantaram quilômetros de fumaça e a névoa cobriu a paisagem.
Muitos dos incêndios ocorreram perto da borda das pastagens existentes. Grande parte da terra queimada provavelmente será convertida em pasto também, com a pecuária sendo o principal motor do desmatamento, de acordo com um rascunho de um estudo marcante compilado por 200 cientistas e publicado em julho.
As queimadas na Amazônia em agosto, embora também tenham apresentado ligeira queda em relação ao ano anterior, ficaram acima da média mensal histórica pelo terceiro ano consecutivo, segundo o INPE.
Antes do Bolsonaro, a última vez que o Brasil viu níveis tão altos de fogo na Amazônia foi em 2010.