RIO DE JANEIRO (AP) – Quando Carlos Alcaraz chegou ao Rio Abierto no ano passado, não havia torcida gritando, seus rivais não o viam como favorito, seu perfil no Instagram era seguido por espanhóis e ele ainda estava preocupado sobre as manchas típicas de adolescente em seu rosto. Ele foi classificado como o número 29 em um mundo socialmente distanciado devido ao COVID-19.
Avanço rápido um ano desde que ela ganhou seu título de trampolim no Brasil.
O jovem de 19 anos com cara de bebê já sabe o que é passar horas dando autógrafos e tirando fotos, tornando-se o mais jovem número um masculino da história, contando milhões de seguidores nas redes sociais e levantando o troféu do US Open, seu primeiro título importante .
Alcaraz perdeu a final do Rio no domingo para Cameron Norrie em uma partida que virou a favor do britânico quando o espanhol sofreu uma lesão na perna direita no meio do segundo set. Ainda assim, os torcedores da casa continuaram a apoiá-lo mesmo quando ele recebeu o troféu de vice-campeão, gritando “Car-li-tos! Car-li-tosse!
Como dezenas de meninas e meninos entusiasmados sugerem em voz alta onde quer que Alcaraz tenha estado no Rio, a vida do atual número 2 mudou drasticamente desde que ele conquistou o título aqui em 2022 – o primeiro troféu ATP 500 de sua carreira e um reforço de confiança. outros. vitórias em torneios desde então.
“Não vim aqui para assistir tênis, para ser sincero. Vim buscar o Carlitos”, disse Cristiana Souza, uma jovem de 17 anos que todos os anos vai com a família ao Jockey Club do Rio para assistir ao torneio. “Estou muito feliz que alguém da minha idade possa ser tão bem-sucedido e humilde. Passe algum tempo com seus fãs. Torço mais por ele do que por qualquer jogador brasileiro. E, obviamente, é tão fofo.”
O jogador espanhol da cidade rural de El Palmar, nos arredores de Murcia, conquistou o reconhecimento mundial em apenas um ano, e isso trouxe algumas vantagens, segundo os organizadores do torneio.
Alcaraz e seu grupo de oito no Rio, incluindo seu pai e irmão, têm uma van particular com seguranças levando-os; uma mesa pessoal em seu quarto de hotel para massagens; e toda a atenção dos organizadores caso chegue algum pedido, embora não tenha feito muitos. Nada disso estava ao seu alcance quando chegou no ano passado.
“Sempre que ele quer alguma coisa, sua equipe diz que gostaria disso ou daquilo. É muito tranquilo”, disse o diretor do Rio Open, Luiz Carvalho, à Associated Press em seu escritório. “Não é nada totalmente fora do padrão de outros eventos. Algumas coisas ele nunca pediu, mas essas são coisas que gostamos de fazer porque ele merece esse acordo.”
Alcaraz fez um pedido especial de última hora no Rio; fazer um passeio de helicóptero para ver o Pão de Açúcar na segunda-feira, depois de voltar de sua campanha vitoriosa no Aberto da Argentina. Há um ano ele conseguiu visitar a estátua do Cristo Redentor com pouca atenção da mídia. Desta vez, os principais telejornais do Brasil, entre outros, estiveram lá para cobri-lo e ouvi-lo.
“Sempre que tenho um dia de folga, procuro visitar algum lugar da cidade”, disse Alcaraz ao Jornal Nacional, da TV Globo. “É tão diferente da Espanha. Ver o Rio daqui de cima é maravilhoso. O Rio sempre será especial para mim.”
A primeira vez que Alcaraz jogou no Rio era um garoto pouco conhecido, magro, de 16 anos, curinga e um promissor ranking de 493, um adolescente tímido que dividia o quarto de hotel com o irmão mais velho, Álvaro. A primeira vitória profissional, que também conquistou na cidade-cartão do Brasil, aconteceu na madrugada de uma terça-feira chuvosa, sem torcedores nas arquibancadas, ao vencer o compatriota Albert Ramos-Vinolas.
“Sinto-me muito grato a este torneio por me convidar em 2020. Os momentos que passei aqui me ajudaram a crescer mais rápido”, disse Alcaraz em entrevista coletiva após a final de domingo.
A chegada do Alcaraz ao Rio se deu por meio de Albert Molina, agente de David Ferrer, também jogador espanhol. Na época, ele ainda usava o sobrenome Garfia em cartazes.
“Lembro que costumava caminhar, ver outros jogos. Ele era magricela, com os braços que pareciam palitos”, disse Maria Santos, que trabalhou no bufê do torneio nos últimos anos e já viu muitos jogadores perto de sua barraca de comida, como Rafael Nadal e Dominic Thiem.
“Agora o Carlos sobe naquele carrinho, sai rápido do clube. Sai cheirando tão bem. Acho que (usa) uma colônia cara. Parece um bom menino de família. Ele é mais forte, se preocupa com sua aparência, mas ainda é um tanto acessível. Eu encorajo isso 100 por cento; Eu sempre farei isso.”
O fandom de Alcaraz cresceu em todo o mundo depois que ele venceu o Rio Open de 2022 contra o argentino Diego Schwartzman, com quase 100% de apoio da torcida local. Naquela final, ele já conseguiu mostrar alguns de seus forehands profundos desde a linha de base, alguns dos mesmos que usou meses depois para derrotar Alexander Zverev, Rafael Nadal e Djokovic para vencer o Aberto de Madri.
Com alguns dos maiores nomes do tênis de todos os tempos se aposentando ou prestes a sair, Alcaraz diz que ainda não pensa em se tornar o próximo herói do esporte.
“Não sei se estou pronto ou não (para me tornar uma estrela). Vou aos torneios para dar uma boa vibração às pessoas”, disse o espanhol em entrevista coletiva no sábado, após sua vitória na semifinal contra o chileno Nicolás Jarry. “As pessoas querem ver alegria, fotos incríveis. Não penso em ser o jogador que as pessoas querem ver depois dos três grandes, só quero ser quem sou e mostrar minha alegria em campo.”
Todos os jogadores que Alcaraz derrotou este ano o aclamaram como a próxima grande novidade do tênis. O simples fato de chegar à final de domingo no Rio, após uma lesão na perna direita que o perturbou por quatro meses, também indicava a resiliência e a força de caráter do espanhol.
Seus esforços devem atrair ainda mais fãs para um jogador que tem mais de 2 milhões de seguidores no Instagram, 1,7 milhão a mais do que antes de vencer a edição de 2022 do torneio.
“Aos 16 anos ainda era um júnior em busca de espaço. Agora ele é o dono da sala dos jogadores”, disse Carvalho, diretor do Rio Open. “Todos os jogadores olham de forma diferente (desde o ano passado). Agora ele pertence aqui.
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