O Partido Socialista Brasileiro (PSB) entrou com uma ação perante o Supremo Tribunal Federal (STF) para revogar a medida provisória assinada pelo governo Bolsonaro que suspende os prazos para respostas à Lei de Acesso à Informação (LAI) durante o estado de calamidade pública. É a terceira ação movida no Tribunal em um dia: a Rede Sustentabilidade e a Ordem dos Advogados do Brasil apresentaram pedidos semelhantes.
Na ação movida pelo PSB, a MP 298 é classificada como “inconsistente”, “contraditória” e “flagrantemente inconstitucional”, enfatizando que também prejudica a liberdade de imprensa e protege “o acesso irracionalmente à informação”.
As alterações na LAI prevêem que um órgão público suspenda o período de resposta de 30 dias a uma solicitação de informações públicas quando declarar que seu funcionário está no escritório central e precisaria viajar fisicamente para concluir a tarefa. Outra razão seria se o órgão estivesse diretamente envolvido na luta contra o novo coronavírus.
O MP evita a possibilidade de recurso nessas situações, bloqueando possíveis revisões de abusos por organizações como a Controladoria Geral da União (CGU).
A justificativa apresentada pelo ministro da CGU, Wagner Rosário, é que os órgãos públicos não podem interromper seu trabalho para enfrentar a epidemia, a fim de responder às solicitações da LAI. Por esse motivo, as alterações seriam válidas até o final do estado de calamidade pública.
“Precisamente nos momentos mais delicados de um país, a transparência deve ser preservada, permitindo o compromisso da sociedade e mantendo as autoridades públicas sob constante supervisão”, responde o PSB.
“Prevenir a ação popular em tempos de crise é uma medida típica de regimes não comprometidos com a democracia e o interesse público”.
O subtítulo estabelece que a Lei de Acesso é “uma conquista civilizável inegável da sociedade brasileira”.
“Qualquer restrição ao acesso a dados que mostre como o dinheiro público é gasto e o desempenho de agências governamentais durante a pandemia, mesmo que por pouco tempo, é uma violação clara e evidente do princípio da publicidade, prejudicando irreparavelmente o esclarecimento de a população. sobre as medidas que o governo federal adotou para conter a epidemia ”, diz o partido.
A ação do PSB é a terceira ação apresentada ao Tribunal sobre a medida. Na terça-feira, dia 24, a Rede de Sustentabilidade apelou ao Tribunal, alegando que o MP poderia levar a “caminhos indesejados” e “perda de direitos conquistados”. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também judicializou a questão, alegando que há “inconstitucionalidades formais” nas mudanças no LAI.
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