BRASÍLIA, 21 de novembro (Reuters) – O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva voltou ao Brasil neste domingo, após se deliciar com a glória de uma turnê internacional, para enfrentar a difícil tarefa de definir seu governo em meio ao nervosismo nos mercados financeiros e divisões em sua coalizão.
Enquanto os aliados de Lula em Portugal e na cúpula do clima das Nações Unidas aplaudiram Lula, as difíceis compensações que ele enfrentou em casa ameaçaram estragar seu partido pós-eleitoral.
A moeda brasileira caiu cerca de 5% e o índice de referência Bovespa caiu quase 8% nas últimas duas semanas, com os investidores ficando impacientes com a falta de clareza nas principais políticas econômicas de Lula. (.BVSP)
Membros da equipe de transição de Lula expressaram opiniões divergentes sobre as negociações do orçamento de 2023 e a corrida pela liderança do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O presidente eleito apoiou os esforços para criar uma exceção permanente a uma regra tributária sem propor outra.
“São dois Lulas. Lá fora ele é uma lenda que aparece forte e vitoriosa, recuperando o papel do Brasil como jogador mundial, o que é importante. Mas dentro de casa as coisas estão muito complicadas”, disse o analista André César, da Hold Legislative Advisors. corpo de Brasília. consultoria de risco.
Ele disse que a primeira visita de Lula a Brasília neste mês foi rápida e alegre, sem reuniões extensas para formalizar a ampla frente política que ele precisa para governar, já que seus aliados de esquerda são minoria no Congresso.
“O mito do Lula está sendo posto à prova”, acrescentou César.
Lula foi recebido como uma estrela do rock nas negociações climáticas da ONU em Sharm el-Sheikh, prometendo reprimir o desmatamento na Amazônia, onde a extração ilegal de madeira e a mineração de ouro aumentaram sob o presidente cessante de extrema direita, Jair Bolsonaro.
Mas os críticos disseram que a lua de mel presidencial no exterior foi um erro.
“Lula deveria ter ficado aqui e não ter ido à cúpula do clima no Egito. Os problemas são muitos e o país está fervendo”, disse José Medeiros, deputado do Partido Liberal, de direita, que se tornará o maior partido da oposição quando a novo governo toma posse em 1º de janeiro.
Até mesmo os aliados de Lula estão preocupados com a lentidão das decisões, e as tensões aumentam entre os assessores sobre o equilíbrio entre bem-estar social e disciplina fiscal.
Ressaltando as tensões na equipe de transição, o ex-ministro da Fazenda de Lula, Guido Mantega, renunciou na quinta-feira em meio a críticas de seu histórico na política fiscal e sua resistência ao candidato bem-sucedido do Brasil à chefia do BID, Ilan Goldfajn. consulte Mais informação
Reportagem de Anthony Boadle Edição de Brad Haynes e Tomasz Janowski
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