De deuses, grandes e cabras do futebol

Pelé

Pelé, lenda do futebol brasileiro

Se você acompanha o futebol há tempo suficiente, provavelmente já viu alguns dos deuses em seu elemento, ficaria maravilhado ao ver os grandes trabalhando. Se você acompanha o jogo há bastante tempo, já viu professores dançando com futebol nos pés, soldados barricando gols e mãos mágicas dominando os tacos. No entanto, por muitas razões, muitos nem os conhecem nem se lembram deles hoje. Muitos dos que o fazem têm apenas lembranças fugazes desses grandes nomes, apesar de seu enorme talento, criatividade e até recordes.

Se você é um dos poucos que se lembra desses homens e da era passada em cores vivas, provavelmente achará o debate atual sobre as cabras um tanto entediante. Você deve até lembrar que um debate dessa natureza, mesmo que não seja exatamente a mesma textura, mesmo que não seja sobre jogadores da mesma época, não é totalmente novo. Você deve se lembrar de quando lançar Maradona contra Pelé era bastante comum. Você deve se lembrar dos anos 80 e da enxurrada de grandes nomes do Brasil. Você deve se lembrar de Segun Odegbami, Dino Zoff, Rummenige, Roger Milla.

Você deve se lembrar dos anos 90 para Zidane, Ronaldo de Lima, Luis Figo, Gullit, Van Basten, Kluivert Paolo Maldini, Clarence Seedorf. Você pode olhar para uma era mais recente e lembrar de Kaká, Ronaldinho, JayJay Okocha, Thierry Henry, Xavi, Iniesta, Kanu Nwankwo, Beckham e outros. Dos muitos grandes e deuses que tive o privilégio de assistir jogar (trabalhar) ao longo dos anos, um que considero (encontrado pela primeira vez) mais fascinante é Sócrates.

Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, popularmente conhecido como Sócrates, foi um futebolista brasileiro, possivelmente um dos meio-campistas mais talentosos da história. Para aqueles que não estão familiarizados com ele, aqui está um trecho de sua entrada na Wikipedia: “Sócrates era um craque gracioso, talentoso e técnico, conhecido por suas grandes bolas cruzadas, bolas longas precisas, jogo de ligação e visão na bola. campo, bem como sua força física; ele também era um jogador de dois pés. Embora fosse conhecido principalmente por sua habilidade de orquestrar jogadas de ataque, ele próprio foi um artilheiro prolífico, cortesia de seu chute poderoso e preciso com o pé direito e sua habilidade de fazer corridas de ataque para a área por trás. Ele também era um cobrador de pênaltis preciso, enquanto sua altura, habilidade de cabeceio e elevação permitiam que ele se destacasse no ar.

Na verdade, ele foi tudo descrito aqui, destacando-se entre uma geração de jogadores que incluiu grandes nomes como Zico, Falcão em uma seleção brasileira repleta de talentos, uma equipe muitas vezes considerada a seleção brasileira mais talentosa de todos os tempos. Ele foi o capitão da seleção da Copa do Mundo de 1982 e fez parte da seleção de 1986 que perdeu nos pênaltis para a França nas quartas de final.

Além da estatura alta, que normalmente poderia ser considerada inadequada para o futebol, Sócrates tinha uma posição e um porte que claramente o diferenciavam. Isso seria reforçado pela barba e pela onipresente faixa na cabeça que o destacavam da já ilustre seleção brasileira dos anos 80.

No entanto, foi a constatação de que aqui estava um MD jogando futebol profissional que me intrigou. Embora já tivéssemos nossos próprios Segun Odegbami e Adokiye Amesimaka naquela mesma classe, Sócrates foi o primeiro jogador estrangeiro com esse nível de educação que eu conheceria. Fiquei intrigado. Eu adorava vê-lo jogar. Temos que ver o campeonato brasileiro. Era uma alegria vê-lo, fosse jogando no seu clube, o Corinthians, ou no seu país, o Brasil.

Sócrates foi capitão da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1982. Aquela seleção que incluía Zico, Falcão, Toninho Cerezo e Éder, entre outros grandes jogadores, é considerada por muitos especialistas como uma das melhores seleções brasileiras da história. A derrota por 3 a 2 para a Itália foi um choque tão doloroso que até nós, torcedores distantes, lutamos para nos recuperar por dias. Um time de talentos que buscava a glória foi extinto por um hat-trick de Paolo Rossi em uma partida aclamada como uma das maiores partidas de futebol de todos os tempos.

O fato de Sócrates ser o capitão daquele grande time foi uma afirmação feita sob medida para o homem. Ele jogou 66 partidas pelo Brasil ao longo de 7 anos, participou de duas Copas do Mundo (82 e 86), marcando 22 gols pelo país. Ele foi eleito o Futebolista Sul-Americano do Ano em 1983. Ele fez parte da lista FIFA 100 dos maiores jogadores vivos do mundo, que foi compilada por Pelé em 2004. Embora Sócrates fosse considerado um grande futebol, duvido que muitos o contestassem. . Não cumpriu plenamente o seu potencial. O fato de ele quase não ter jogado fora do Brasil, passando uma única temporada na Fiorentina, pode ser em parte o motivo pelo qual ele não é tão reconhecido como realmente merece, embora muitos reconheçam que ele foi um dos meio-campistas mais destacados de sua geração.

Isso diz respeito ao ponto que tenho repetidamente afirmado de que nunca chegará um momento em que haverá unanimidade sobre quem é o GOAT, não importa quais estatísticas ou registros qualquer indivíduo possa acumular. A preponderância de opinião pode favorecer um ou outro jogador, mas sempre haverá vozes divergentes que não deixarão de buscar recordes ou estatísticas, reais ou imaginárias, para sustentar sua posição.

Em 2013, a World Soccer, uma das publicações de futebol mais respeitadas do mundo, publicou o “Melhor XI de todos os tempos”. A lista baseada em votação de 74 especialistas, composta por jornalistas, analistas de televisão, jogadores atuais e antigos e treinadores de todo o mundo, escolheu os onze seguintes:

goleiro

Lev Yashin (URS)

defensores

Cafu (BRA)

Franz Beckenbauer (ALE)

Bobby Moore

Paulo Maldini (ITA)

meio-campistas

Alfredo Di Stéfano (ARG)

Zinedine Zidane (FRA)

Diego Maradona (ARG)

Johan Cruyff (NED)

Avançar

Lionel Messi (ARG)

Pelé (BRA)

Os 7 melhores atacantes:

1. Pelé (BRA)5675.68%

2. Lionel Messi (ARG) 4662,16%

3. Ferenc Puskas (HUN) 1114,86%

4. Ronaldo (BRA)912.16%

5. Marco van Basten (NED) 56,76%

6. Gerd Muller (GER) 45,41%

7. Oleh Blojin (URS) 22,70%

Os 7 melhores médios:

1. Diego Maradona (ARG) 6486,49%

2. Johan Cruyff (NED) 5878,38%

3. Zinedine Zidane (FRA) 2837,84%

4. Alfredo DiStefano (ARG) 2432,43%

5. Michel Platini (FRA) 1824,32%

6. Garrincha (BRA)1520,27%

7. George Best (TIN) 1216,22%

Existem nomes nessas listas que muitos não reconhecerão. Mas esses são deuses e grandes nomes do futebol que muitos obcecados por quem deveriam ser considerados o GOAT nem mesmo conhecem. Cristiano Ronaldo foi eleito o 9.º na lista dos melhores médios, enquanto Sócrates foi o 14.º.

Sem dúvida, estes são grandes jogadores de futebol. Mas muitas coisas decidem quem se qualifica como grande, deuses ou até mesmo o GOAT. Alguns se basearão em estatísticas e recordes, outros buscarão habilidades, enquanto outros priorizarão a garra, a dedicação, o espírito de equipe ou mesmo o contexto ou a importância das conquistas. No final das contas, nunca haverá unanimidade. Nem mesmo a lista FIFA 100 elaborada por Pelé foi recebida sem descontentamento e descontentamento.

Para aqueles de nós que acompanham seriamente o tênis ou mesmo o automobilismo, que é mais um esporte individual do que coletivo, tivemos que conviver por muito tempo com uma rivalidade muito intensa entre indivíduos e um debate interminável sobre quem é o GOAT. À medida que Federer quebrou recordes e estabeleceu novos, a questão de ele ser o GOAT estava ficando fora de debate. Mas conforme Nadal começou a ganhar cada vez mais, as perguntas começaram a surgir. Ficamos com estatísticas, recordes e slams? Nós trazemos o estilo de jogo? Consideramos registros frente a frente? Então Djokovic entrou em cena, complicando ainda mais as coisas. Quem é o CABRA? O debate na Fórmula 1 é tóxico há anos. Nada fará alguns reconhecerem o lugar de Lewis Hamilton no esporte.

Nós tivemos ótimos. Nós tivemos deuses. Sempre teremos novos grandes e novos deuses surgirão. Enquanto alguns acreditam que já temos o GOAT, alguns preferem que escolhamos por idade ou geração. Mesmo com isso, podemos chegar a um consenso? Precisamos mesmo de um consenso?

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About the Author: Ivete Machado

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