16 Jan (Reuters) – A delegação brasileira chegou ao Fórum Econômico Mundial (FEM) com o compromisso de defender a democracia e a sustentabilidade das contas públicas e do meio ambiente, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta segunda-feira.
Falando a repórteres em seu hotel em Davos, na Suíça, Haddad disse que as instituições brasileiras “deram uma resposta muito imediata” depois que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram prédios do governo em Brasília em 8 de janeiro.
“O Brasil está comprometido com o resultado eleitoral, com as regras democráticas, com a liberdade, com as liberdades individuais, respeitando as garantias constitucionais”, afirmou o ministro, que representa o país em Davos ao lado da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
Ele destacou que o modelo econômico defendido pelo recém-empossado governo do presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva visa promover o crescimento econômico com sustentabilidade fiscal e ambiental, além da justiça social.
Ainda na segunda-feira, Haddad se reuniu com Achim Steiner, chefe do Programa de Desenvolvimento da ONU, e com o novo presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, o brasileiro Ilan Goldfajn.
Após as reuniões, Haddad disse a repórteres que o BID demonstrou interesse em financiar energia limpa no Brasil, em declarações veiculadas pela TV GloboNews.
Haddad e Silva discutirão o roteiro econômico, social e ambiental do país em um painel do WEF na terça-feira.
“Podemos pensar a reindustrialização do Brasil com base na sustentabilidade”, disse Haddad, que também disse que o Brasil quer retomar seus compromissos ambientais, combatendo o desmatamento e avançando nas energias renováveis.
O ministro apresentou na semana passada um plano ambicioso para reduzir pela metade o déficit estimado do governo este ano, aumentando a receita tributária e cortando gastos.
Ainda assim, os investidores aguardam os detalhes das novas regras fiscais do governo. Lula garantiu apoio antecipado do Congresso para um pacote de gastos que ultrapassa um limite constitucional de gastos, aumentando as preocupações com a disciplina fiscal.
Haddad disse que é “muito realista” o país terminar este ano com um déficit orçamentário primário de 1% do produto interno bruto, supondo que algumas das medidas fiscais sejam eficazes.
Ele disse ainda que o governo quer votar a reforma tributária ainda no primeiro semestre, depois de chegar a um texto consensual com base em duas propostas que já tramitam no Congresso.
Reportagem de Marcela Ayres Edição de Alistair Bell
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