Às vezes você se depara com o nome de um compositor do qual nunca tinha ouvido falar e quando lê sobre sua vida e obra, começa a se perguntar por quê? Por que nunca ouvi falar dessa pessoa? Essa foi sem dúvida minha experiência quando comecei a investigar a vida e a obra da compositora brasileira Cacilda Borges Barbosa.
Cacilda Campos Borges Barbosa nasceu no Rio de Janeiro em 1914. Ela tinha apenas 14 anos quando publicou sua primeira peça, uma valsa para piano solo escrita para arrecadar fundos para um hospital. Foi então que iniciou seus estudos no Instituto Nacional de Música do Rio. Após a formatura, ele trabalhou como acompanhador de piano tocando para muitos grupos de dança diferentes. Barbosa passou a compor obras inéditas para os bailarinos e essas valsas e chorinhos abriram novas oportunidades.
Barbosa tinha 16 anos quando começou a trabalhar com outro compositor brasileiro, Heitor Villa-Lobos. Villa-Lobos pretendia levar o ensino da música para o ensino fundamental; transmitindo um senso de nacionalismo e orgulho brasileiro, ao mesmo tempo que encoraja a próxima geração de criadores de música. Heitor Villa-Lobos não tinha formação clássica como educador ou músico, por isso contratou uma equipe de músicos / educadores talentosos. Cacilda Barbosa era uma dessas pessoas. Foi diretora do Instituto Villa-Lobos e do Serviço de Música do Rio de Janeiro. Posteriormente, tornou-se uma regente muito procurada, liderando diversos conjuntos instrumentais e corais, incluindo a Orquestra da Rádio Mayrink Veiga.
A música de Cacilda Barbosa foi fortemente influenciada por melodias e ritmos folclóricos brasileiros.
Como educadora, Cacilda Barbosa lecionou na Escola Nacional de Música da Universidade do Brasil e na Escola Popular de Educação Musical. Na década de 1950, ele começou a publicar extensas obras sobre educação musical, incluindo “Estudos Brasileiros para o Canto”.
O estilo composicional de Barbosa estava de acordo com o apelo de Heitor Villa-Lobos ao nacionalismo musical. Sua música foi fortemente influenciada por melodias e ritmos folclóricos brasileiros. Ele escreveu muitas danças e estudos para piano solo e voz, obras de câmara, música coral e orquestral. Ela também tinha interesse e foco em tecnologia. Barbosa foi um dos pioneiros da música eletrônica no Brasil.
Provavelmente a criação mais influente de Cacilda Barbosa foi a Ritmoplastia, que se traduz como o “estudo do ritmo”. Desde a adolescência Barbosa esteve muito envolvido com o mundo da dança. Para este projeto, ele fez parceria com a coreógrafa Clara Semeles e juntos desenvolveram um novo sistema de notação. Eles criaram novos símbolos que foram emparelhados com notação musical / rítmica para representar graficamente os gestos corporais. Era uma forma de escrever dança. O desejo de Barbosa era preservar as danças folclóricas brasileiras da mesma forma que os etnomusicólogos preservam a música folclórica.
Barbosa se aposentou do ensino ativo em 1973, mas continuou escrevendo material pedagógico por décadas, incluindo novos exemplos musicais. Ao longo de todos os seus anos, ela se considerou uma compositora primeiro e depois uma educadora. Barbosa publicou por conta própria seus dois últimos volumes de exemplos e técnicas musicais dos anos noventa. Ele faleceu no Rio em 2010, aos 96 anos.
Saiba mais sobre Cacilda Borges Barbosa e acompanhe a linha do tempo em VPR.org/timeline.