Até os próximos 26, o número de casos do novo coronavírus no Brasil pode aumentar até 25 vezes, ou 2.400%. Com isso, os registros chegariam a 5.000, a maioria em São Paulo. A previsão é encontrada na primeira nota técnica do Centro de Operações e Inteligência em Saúde (Nois), composta por cientistas da PUC-RJ, Fiocruz e Instituto d’Or.
O grupo monitorará a curva de crescimento no número de casos para equipar as autoridades de saúde.
No melhor cenário, o país teria, em 26 de março, 2.314 casos; na hipótese mediana, 3.750.
Em São Paulo, onde 68% dos casos no Brasil estão concentrados, o prognóstico é que o número de pacientes, no cenário médio, será de 2.550 (variando de 1.573 a 3.380). No Rio, haveria 450 casos em dez dias (variando de 278 a 596).
Mesmo nos piores cenários, as previsões tendem a ser tímidas. Até agora, as diretrizes no Brasil eram de que apenas casos mais graves são comprovados.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou a triagem para o maior número possível de pessoas. No entanto, o país não possui estrutura hospitalar suficiente nem kits de diagnóstico para realizar esses testes e priorizar casos graves.
Os cientistas deixaram o local em 15 de março, quando o Brasil teve 200 casos confirmados. Para criar o modelo, eles usaram a evolução da epidemia em países com a maior série de dados históricos: Irã, Itália, Espanha, França, Alemanha, Estados Unidos, China e Coréia do Sul.
Para o melhor cenário, por exemplo, eles fizeram a previsão para o Brasil com base em dados da Coréia do Sul. Para o pior cenário, a evolução da curva seria semelhante à do Irã e da Itália.
“Separamos os países em grupos com comportamentos semelhantes e reproduzimos o comportamento do Brasil com esses padrões”, explicou Fernando Bozza, chefe do Laboratório de Terapia Intensiva do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas Evandro Chagas, da Fiocruz, e coordenador de pesquisa do Instituto D. ‘ O. “Temos que ver como será a evolução nos próximos dias para entender qual será a curva do Brasil”.
O grande risco de crescimento exponencial no número de casos é que o sistema de saúde entrará em colapso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.