Doha, Catar – “Agora é tudo” é uma frase de marca registrada usada pelos organizadores do Catar 2022. No domingo, não poderia ser mais apropriada.
O palco para uma grande despedida está montado no Lusail Stadium. Os números da audiência chegarão a 89.000. Bilhões ao redor do mundo estarão assistindo.
No papel e em campo, a Argentina enfrentará a França na final da Copa do Mundo de 2022 no Lusail Stadium. Mas para a maioria, foi anunciado como um show de Messi. Ele está destinado a ser o apresentador do maior show do futebol que está chegando ao fim, e o menino de Rosario chegando ao auge de sua carreira.
É o que diz o roteiro, pelo menos.
O ápice da primeira Copa do Mundo no Oriente Médio no domingo será a última aparição de Messi no torneio. No es tanto que quiera dejar esa marca indeleble en este torneo, y emular al gran Diego Maradona, es que él y los millones que lo siguen en todo el mundo quieren que la Copa del Mundo sea la Copa del Mundo de Messi, la última, a sua. o melhor, só dele.
Os episódios que levaram a esse final certamente destacaram essa história e apontaram para esse final muito feliz (não para a França, é claro).
Lionel Messi continua a gravar seu nome nos livros de história da Copa do Mundo 📚 pic.twitter.com/ebB5cU3oZ9
— Futebol B/R (@brfootball) 13 de dezembro de 2022
Messi marcou na primeira partida da Argentina no Catar 2022, uma derrota chocante para a Arábia Saudita.
Messi marcou na mais recente, uma humilhação impressionante da Croácia, finalista do ano passado.
No meio, marcou mais três e deu uma assistência que não só reafirmou seu status, sua estatura e sua presença de gigante, como mandou os incrédulos colocarem seu pote de ouro ao lado das listras azuis e brancas.
“É só Messi, wallah (por Deus), é só Messi”, disse Mohammad Nahawi, um torcedor do Brasil que ficou maravilhado com Messi após o jogo da Argentina contra a Croácia na semifinal.
“Eu torço pelo Brasil, mas amo Messi. Esse cara, Wallah. É 99,9% dele e 0,01% do resto dos jogadores. [on the team]. Ninguém pode parar esse cara.”
A história de Messi é trágica, de sonhos incompletos, de desejos não realizados e de alturas com que sonha. Mas no domingo, o palco está montado, o roteiro está escrito e o gramado está sendo regado. É bem possível que o sonho se complete, os desejos sejam realizados, as alturas sejam alcançadas.
A bola dança ao seu ritmo, tal como o desporto. Mas ele ainda não o fez. Não até que ele levante o troféu que mais importa para ele, para o país, para aqueles bilhões que usam o número 10 listras e cantam seu nome em Rosario, Kerala, Dhaka, Bangkok e Doha.
Lionel Messi com a assistência do torneio.pic.twitter.com/09eQcFQIWC
—Roy Nemer (@RoyNemer) 13 de dezembro de 2022
“Pfft, não há palavras para ele, ele é o Messi”, disse Dong, que viajou da China para o Catar para assistir ao jogo de Messi. “Ele tem sido… tão perfeito. E nos mostrou esses momentos divinos. Você não pode parar, de jeito nenhum. A Argentina será campeã e Messi levantará o troféu”.
Houve uma demanda extraordinária pelas camisas número 10 de Messi enquanto ele avançava para a final. Foi esgotado em alguns países e esgotado em outros.
A demanda foi tanta que a Adidas divulgou um comunicado dizendo que a empresa estava “trabalhando para trazer mais camisas aos torcedores para que possam comemorar uma jornada incrível pela seleção”.
“Ele é o especial, o melhor, o louco, chame-o do que quiser, ele é o único”, disse Federico, nascido em Rosario, a cidade que deu Messi ao mundo.
“Ninguém pode tirar a bola dele, ele só está naquele lugar agora. Ele está fazendo sua melhor Copa do Mundo e estamos muito orgulhosos dele e do que ele fez até agora.”
Quando soou o apito final da semifinal contra a Croácia, Messi estava sozinho no meio-campo. Ele olhou para cima, olhou para baixo e se curvou antes de abraçar os suplentes.
Ele percebeu que estava ao alcance da mão para realizar seu sonho, o sonho de uma nação e dos milhões que usavam as listras azuis e brancas com o 10 nas costas.
A França já perdeu uma vez neste torneio. Mas eles querem se tornar o terceiro time a vencer copas do mundo consecutivas (Itália 1934 e 1938, Brasil 1958 e 1962), então uma vitória não será entregue de bandeja.
Não pode ser apenas sobre Messi no Estádio Lusail no domingo. Mas tendo visto o rastro que deixou no último mês, e como a tranquilidade de uma tarde de final de novembro foi quebrada com total desdém pelos torcedores argentinos comemorando contra o México, ele pode muito bem estar.