Nesta foto ilustrativa, são mostradas notas de 200, 100, 50 e 20 reais. O real é a moeda brasileira. /PPC
Nesta foto ilustrativa, são mostradas notas de 200, 100, 50 e 20 reais. O real é a moeda brasileira. /PPC
Nota do editor: Shahid Hussain é o fundador e CEO da empresa Green Proposition, sediada nos Emirados Árabes Unidos. O artigo reflete as opiniões do autor e não necessariamente as da CGTN.
Com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva fazendo uma visita de estado de quatro dias à China esta semana, a recente decisão dos dois países emergentes de negociar em suas próprias moedas, contornando o dólar americano, é outra jogada inteligente. têm efeitos positivos. efeito dominó em toda a América Latina. Isso é especialmente verdadeiro quando consideramos o contexto do BRICS.
Os BRICS são um importante bloco econômico responsável por aproximadamente 40% da população mundial e 25% do PIB mundial. Portanto, é natural que países como China e Brasil, ambos membros do BRICS, aprofundem seus laços econômicos e explorem oportunidades de maior integração econômica. Ao operar em moedas locais, eles estão dando um passo importante para atingir esse objetivo.
Além disso, o grupo BRICS já tomou medidas para promover maior uso de moedas locais em transações internacionais. Em 2019, o Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS emitiu seus primeiros títulos denominados em yuans chineses, sinalizando o compromisso de reduzir a dependência do dólar americano e promover maior uso de moedas locais nas finanças internacionais.
O Brasil tem lutado com uma alta relação dívida/PIB por muitos anos, o que limitou a capacidade do país de investir em infraestrutura e outras áreas críticas para o crescimento econômico. Em 2021, a relação dívida/PIB do Brasil ficou em torno de 80,27%, patamar que muitos economistas consideram insustentável no longo prazo. Ao negociar em moedas locais com a China, o Brasil pode potencialmente reduzir sua dependência do dólar americano e mitigar alguns dos riscos associados à sua alta relação dívida/PIB. Isso poderia ajudar a estabilizar a economia do Brasil e colocar o país em um caminho mais sustentável para o crescimento e desenvolvimento de longo prazo.
O comércio bilateral entre os dois países ultrapassou US$ 150 bilhões em 2022. Entidades chinesas já estão contribuindo para o desenvolvimento das infraestruturas digital e física do Brasil. Desde 2007, as empresas chinesas atraíram 25 projetos nos setores de eletricidade e TI, que são centrais para a Estratégia de Transformação Digital do Brasil. O relacionamento está crescendo além do comércio de commodities e as autoridades estão trabalhando juntas no campo da ciência, tecnologia e inovação para fortalecer ainda mais o relacionamento.
Estande do Brasil na 24ª Feira de Alta Tecnologia da China em Shenzhen, província de Guangdong, sul da China, em 16 de novembro de 2022. /CFP
Estande do Brasil na 24ª Feira de Alta Tecnologia da China em Shenzhen, província de Guangdong, sul da China, em 16 de novembro de 2022. /CFP
Um bom estudo de caso é que o uso de moedas locais nas relações comerciais entre a China e o Chile levou a uma redução significativa nos custos de transação e aumentou o volume comercial quando os dois países assinaram o Acordo de Livre Comércio China-Chile (FTA). em vigor em 2006.
O yuan chinês já ultrapassou o euro para se tornar a segunda maior moeda de reserva internacional do Brasil, e os benefícios de negociar moedas locais são inúmeros. Ao evitar o dólar como intermediário, a China e o Brasil poderão reduzir os custos de transação e mitigar os riscos cambiais, o que deve levar a fluxos comerciais e de investimentos mais eficientes entre os dois países. Isso também facilitará uma maior integração econômica e aprofundará ainda mais os laços entre as duas nações.
Além desses benefícios econômicos, esse acordo também servirá para fortalecer os laços políticos entre a China e o Brasil. Ao reduzir sua dependência do dólar americano e promover maior uso de moedas locais, China e Brasil sinalizam ao mundo que buscam afirmar sua independência econômica e ter maior protagonismo no cenário global. Esse movimento também ajudará a reduzir a influência ocidental no sistema financeiro internacional e promoverá mais competição entre as moedas.
Olhando para o futuro, o futuro do relacionamento Brasil-China é brilhante. Como duas das maiores economias do mundo, a China e o Brasil têm muito a ganhar com o aprofundamento de seus laços econômicos e políticos. Ao operar em moedas locais, eles estão dando um passo importante para uma maior integração econômica e redução de sua dependência.
Além disso, ambos os países compartilham o compromisso de promover o desenvolvimento sustentável, já que o Brasil e a China têm vantagens domésticas únicas no enfrentamento das mudanças climáticas. O primeiro é literalmente conhecido como “Pulmões da Terra” devido à floresta amazônica e à insuperável tecnologia de energia verde do último. . Espera-se que ambos os países trabalhem juntos para o desenvolvimento sustentável, que deve servir de base para uma maior cooperação nos próximos anos.
Em conclusão, este acordo para negociar em moedas locais é uma boa notícia para a China e o Brasil, assim como para outros países latino-americanos. Ao reduzir os custos de transação, promover a integração econômica e aprofundar os laços políticos, esta medida ajudará a promover um maior desenvolvimento regional e reduzir a influência externa no sistema financeiro internacional, resultando em um crescimento global inclusivo.
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