Diante da pandemia de coronavírus, os agentes culturais da Ocupação Cultural Mateus Santos, em Ermelino Matarazzo, no leste de São Paulo, perceberam que muitos moradores do bairro não tinham acesso à Internet e que esse fato era um fator agravante para manter as pessoas em suas casas. acesso à informação e entretenimento.
Por Tamires Rodrigues
As tecnologias de sobrevivência são construídas diariamente nas periferias. Mas como você se protege de coronavírus se parte dos residentes de territórios periféricos não tem acesso ao mundo digital? No momento em que o governo pede que as pessoas fiquem em casa, solicite assistência de emergência por meio de sites e aplicações, estudar remotamente através de plataformas de ensino a distância, acessar internet torna-se um elemento essencial para garantir o direito à vida.
Uma proposta para reduzir os impactos dessa dura realidade na vida de muitos moradores de Ermelino Matarazzo, no leste de São Paulo, foi a criação da campanha “Solidariedade à Internet”, na qual os agentes culturais e artistas que fazem parte da A ocupação cultural Ermelino Matarazzo realizará uma série de transmissões ao vivo com shows de artistas locais para mobilizar moradores da região e tomar a importante decisão de compartilhar sua internet com vizinhos que não podem contratar o serviço.
“Nesse momento, é crucial o acesso à informação e a redução dos efeitos do isolamento social, poder ter acesso ao lazer e também ao estudo, direitos básicos da população”, diz Gustavo Soares, um dos organizadores culturais. da ocupação cultural Ermelino. Matarazzo, um espaço cultural independente administrado por coletivos artísticos e culturais que atuam nos arredores do lado leste de São Paulo.
Desde 20 de março, a ocupação cultural suspendeu todas as suas atividades indefinidamente devido à nova pandemia de coronavírus. Mas com muitas demandas dos moradores em um estado de alta vulnerabilidade social na região, o espaço tornou-se referência para articulação comunitária, promovendo campanhas para doar kits de higiene e organizando vidas com artistas locais.
Uma dessas campanhas é a “Internet Solidaria”, uma iniciativa que busca reduzir os efeitos do isolamento social, incentivando os moradores do bairro a criar seus próprios pontos de acesso à Internet. “Era uma maneira de pensarmos para que as pessoas não tivessem que sair de casa e chegar a um ponto em que tenham internet gratuita e, ao mesmo tempo, ficar em casa para ter opções e, assim, manter a sanidade”, diz ele. Soares.
A campanha funciona assim: o residente coloca o nome da rede wifi de “Stayemcasa” e altere a senha para “Stayemcasa”, criando uma rede de colaboração entre os próprios residentes e permitindo acesso à Internet para o maior número possível de pessoas.
Soares diz que a praça Wi-Fi gratuita mais próxima do bairro fica na Praça Giovanni Fiani, no bairro de Ponte Rasa, localizado a 3 km da ocupação cultural. “Há pessoas que às vezes saem de casa para ir à frente da ocupação e usar nossa internet, porque nossa internet é aberta”, acrescenta.
Soares acrescenta que ainda não pode prever quais serão os resultados da campanha, mas continua otimista com as iniciativas durante a pandemia. “Tivemos comentários muito positivos, mas a campanha começou há pouco tempo, por isso ainda não é possível avaliar os resultados. Esperamos que eles agora tenham muitos pontos de acesso no banco”.
Iniciativas como os agentes culturais da Ocupação Ermelino Matarazzo, geradas a baixo custo e com grande possibilidade de impacto real na vida das pessoas, são atualmente a maior e melhor oportunidade de acesso à Internet para quem não pode contratar o serviço. serviço nas periferias. .