Como Terry Gilliam usou projeções secretas para lançar ‘Brazil’

'Brasil': Terry Gilliam, exibições secretas e uma batalha muito pública com a Universal Pictures

(Crédito: Universal Images)

Filme

Embora Terry Gilliam tenha produzido muitos filmes memoráveis, incluindo filmes como bandidos do tempo e 12 macacossua obra-prima é, sem dúvida, o esforço de 1985 Brasil. Uma sátira afiada sobre a vida moderna ambientada em um futuro distópico onde a burocracia e a vigilância mantêm a humanidade escravizada, é um sucessor espiritual da distinta advertência de George Orwell contra o autoritarismo: 1984.

Brasil segue a história do burocrata de baixo escalão de Jonathan Pryce, Sam Lowry, que luta para se libertar das algemas do sistema enquanto encontra uma mulher misteriosa que continua aparecendo em seus sonhos. Além de ter claros temas orwellianos, o filme de Gilliam também se destaca por seu estilo kafkiano e sua essência absurda, com a representação de um dos futuros distópicos mais aterrorizantes do cinema.

Um aspecto fascinante da BrasilA história de Gilliam é a batalha tensa com o estúdio, Universal Pictures, sobre o lançamento nos Estados Unidos. Embora o filme já tivesse sido distribuído na Europa pela 20th Century Fox em fevereiro de 1985, a Universal exigiu uma versão mais curta com um final mais simples para o público americano. “Ouça, Sid”, disse Gilliam em resposta a Sidney Sheinberg, o presidente da Universal. “O filme que fizemos é o filme que todos concordamos em fazer. Se quiser fazer outro filme, tem meu apoio. Basta colocar seu nome nele.” O comentário, compreensivelmente, causou um rebuliço.

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Sem parar por aí, Gilliam tornou público o que a Universal Pictures estava tentando fazer com seu filme, dizendo aos jornalistas que simpatizavam com sua causa. Em um golpe de gênio, ele também colocou um anúncio em Variedade que perguntou diretamente a Sheinberg quando ele lançaria Brasil. No entanto, ambas as ações violaram uma ordem de silêncio em seu contrato com o estúdio, que estranhamente o impedia de criticar suas operações comerciais em público. Notoriamente, Sheinberg também falaria publicamente sobre a disputa, postando um contra-anúncio em Variedade diária oferecendo-se para vender o filme.

Seu oponente, no entanto, era Terry Gilliam, membro da empresa anti-establishment Monty Python, e ele não recuou. Ele optou devidamente por exibir o filme em exibições clandestinas para críticos locais e escolas de cinema, violando o direito de distribuição exclusivo contratado pela Universal. Ele e o produtor Arnon Milchan chegaram a discutir o aluguel de cinemas no México e o transporte de americanos para o outro lado da fronteira. Felizmente para o casal, que só queria sua parte não adulterada de Brasil Exibido na América, as exibições secretas ajudariam a virar a maré contra a Universal.

A Associação de Críticos de Cinema de Los Angeles nomeou Brasil ‘Melhor Filme’, com suas organizações irmãs em Nova York, Washington, Boston e Chicago, todas fazendo o mesmo. Entendendo que o Brasil Gilliam e Milchan queriam que o lançamento fosse um sucesso, a Universal inverteu o curso e o lançou em toda a sua glória original em dezembro de 1985. Acabou ganhando dois BAFTAs e foi indicado a dois Oscars.

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