Uma empresa brasileira que possui 410 quilômetros quadrados (158 milhas quadradas) de floresta amazônica está oferecendo uma nova maneira de financiar a conservação: a venda de tokens não fungíveis (NFTs) que permitem aos compradores patrocinar a preservação de áreas específicas da floresta tropical.
Os NFTs são um tipo de ativo criptográfico que explodiu em popularidade no ano passado, com uma assinatura digital exclusiva que garante que eles sejam únicos. Outros esforços para financiar a conservação por meio de NFTs incluem planos para uma reserva de vida selvagem na África do Sul. ler mais
No Brasil, uma empresa chamada Nemus começou na sexta-feira a vender NFTs, que dão aos compradores um patrocínio único de áreas florestais de tamanhos variados, com os lucros destinados a preservar árvores, regenerar áreas exploradas e incentivar o desenvolvimento sustentável.
Os detentores de tokens não serão proprietários da terra em si, mas terão acesso a informações importantes sobre sua conservação, desde imagens de satélite a licenças e outras documentações, disse o fundador da Nemus, Flavio de Meira Penna.
Ele disse que a Nemus vendeu 10% de uma oferta inicial de tokens por 8.000 hectares no primeiro dia.
“Meu palpite é que isso acelerará rapidamente nas próximas semanas”, disse Penna à Reuters, acrescentando que a tecnologia blockchain garantiria transparência no uso de fundos.
As parcelas variam em tamanho de um quarto de hectare a 81 hectares (0,6 a 200 acres), que os compradores poderão localizar com mapas online.
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Os NFTs para os menores lotes estão sendo vendidos por US$ 150 e os maiores por US$ 51 mil, disse Penna, que espera arrecadar entre US$ 4 milhões e US$ 5 milhões para comprar mais 2 milhões de hectares de terra já em negociação no município de Pausini. estado do Amazonas.
Além de preservar a floresta, Penna disse que os fundos apoiariam esforços de desenvolvimento sustentável, como a colheita de açaí e castanha do Brasil pelas comunidades locais em Pausini, que é do tamanho da Bélgica.
Cada token vem com uma arte de planta ou animal da Amazon e é processado pela Concept Art House, uma editora e desenvolvedora de conteúdo de NFT com sede em São Francisco.
Os críticos questionaram o valor dos NFTs para causas ambientais porque os tokens que usam a tecnologia blockchain exigem intenso poder de computação, aumentando a demanda por geração de eletricidade que libera gases de efeito estufa que contribuem para o aquecimento global.
Penna rejeitou essa visão, dizendo que a preservação de áreas ameaçadas da Amazônia supera em muito o custo ambiental das transações de NFT.