Como os jogos em nuvem podem revolucionar o mercado de videogames – 18/11/2019

De Tetris a Fortnite, os videogames se tornaram cada vez mais sofisticados e complexos. Os jogadores estão por toda parte: no metrô, absorvidos pelos hobbies de smartphones; na sala de estar, com um console para interagir com os amigos; ou no computador, em jogos imersivos de alta definição.

Em meio a esse cenário já misto, o Stadia, serviço de jogos em nuvem do Google, chegará na terça-feira.

Local e poderoso

Os puristas de videogame têm seu console ou computador favorito com muita memória e uma placa de vídeo, necessárias para garantir a reprodução ideal e evitar lentidão que arruinaria a fluidez das ações na tela.

Antes de iniciar um jogo, os jogadores devem primeiro instalar o jogo, que demora mais e mais, pois eles ganham complexidade e qualidade gráfica, o que ao mesmo tempo exige mais espaço nos dispositivos.

Lançado em 1985, a primeira parcela de Super Mario Bros. “pesava” apenas 40 kilobytes (KB), enquanto Death Stranding, o mais recente sucesso do PlayStation 4, requer pelo menos 55 gigabytes (GB), uma multiplicação de mais de 1,3 milhão .

Quando jogado no modo “local”, todo o poder de computação necessário está na máquina, o que explica o lançamento regular de novas gerações de consoles ou computadores dedicados a videogames, que geralmente são mais caros que os convencionais.

Com (ou sem) seus amigos

A melhoria das redes de comunicação permitiu o avanço dos jogos online. O desenvolvimento de conexão ADSL e fibra ótica, por um lado, e 4G e 5G, por outro, favoreceu o surgimento de jogos em rede para vários jogadores, e-sport (competições de videogame, incluindo torneios profissionais com patrocinadores) e jogos em telefones, solitário ou com os outros.

O crescimento da largura de banda, combinado com os avanços tecnológicos, também contribuiu para o surgimento gradual de óculos de realidade virtual desde o início dos anos 2010, após uma primeira tentativa nos anos 90.

Mas para jogar online, você deve primeiro instalar o jogo localmente, no dispositivo e depois acessar os servidores do editor do jogo. Aqui também, a qualidade da experiência depende principalmente da potência do hardware usado.

Na nuvem

O “jogo na nuvem” promete superar esses problemas de hardware: uma única tela e um controlador serão suficientes para serem reproduzidos em qualquer dispositivo.

Com os jogos na nuvem, o essencial da computação do computador ocorre nos servidores. Portanto, a qualidade e a capacidade de resposta da imagem são baseadas no poder deste computador remoto e na velocidade da rede.

Novas empresas como a French Shadow já haviam sido lançadas para capturar esse nicho. Outro, Gaikai, foi comprado pela Sony para oferecer um serviço de jogos em nuvem, o PlayStation Now, que agora tem 700.000 assinantes, mas apenas dá acesso a parte dos jogos de console.

A Microsoft também está fazendo isso com o xCloud. Mas o Google promete nada menos que uma “revolução” com a Stadia.

A longo prazo, a nova plataforma deve permitir que seus usuários desfrutem de jogos com a melhor qualidade possível, e mesmo que mudem de um meio para outro: computador, TV inteligente, smartphone.

Os jogadores poderão gastar suas despesas em jogos (e uma boa conexão sem fio).

Ao vivo

O videogame é seguido ao vivo como em um jogo de futebol. Em plataformas de transmissão ao vivo como Twitch (Amazon) e Mixer (Microsoft), jogadores amadores ou profissionais transmitem seus jogos ao vivo e os fãs comentam as ações nos bate-papos.

Essas plataformas precisam de grandes recursos de largura de banda para garantir o streaming desses vídeos em tempo real para dezenas de milhões de pessoas, especialmente quando há uma grande concorrência nos esportes eletrônicos.

No início de 2019, a série Netflix e a plataforma de streaming de filmes mencionaram o Twitch e atingiram jogos como Fortnite entre seus principais concorrentes na corrida pela atenção do consumidor, especialmente os mais jovens.

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