Os combustíveis fósseis respondem por cerca de 80% da produção global de energia, de acordo com a Agência Internacional de Energia, e são os grandes responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa. Mais e mais cientistas estão procurando alternativas de energia renovável, e a última invenção desse tipo usa restos de vegetais apodrecidos para ajudar a obter energia solar.
O projeto, batizado de AuREUS (Borealis Solar Windows e Astralis Solar Wall), foi criado pelo engenheiro filipino Carvey Ehren Maigue, de 27 anos, da Universidade de Mapua, nas Filipinas. Ele foi um dos vencedores do Prêmio James Dyson, um prêmio que celebra novas formas de resolver problemas.
O salto do sistema criado por Carvey é o processo de captura de energia solar. Ele usa um material flexível que pode ser colocado sobre uma superfície para obter luz ultravioleta e convertê-la em luz visível para gerar eletricidade. Assim, mesmo sob um sol forte ou em um dia nublado, a invenção consegue produzir energia.
De acordo com a explicação do projeto, uma das limitações da captação de energia solar é que as células fotovoltaicas não são capazes de captar a luz ultravioleta de alta energia. Em vez de tentar converter luz ultravioleta direta em eletricidade, Carvey decidiu transformar a luz visível e depois capturar fótons usando células solares convencionais.
O material flexível responsável por este sistema é criado a partir de restos de vegetais e frutas podres. Eles são suspensos em um substrato de resina e aplicados em superfícies, como janelas de construção. Ao serem atingidas pela luz solar, as partículas são absorvidas e emitem luz, que é captada por um painel de energia solar.
Em suma, essa tecnologia poderia transformar edifícios espelhados em uma forma de capturar energia solar. Porém, o engenheiro também imagina que seu material possa ser colocado em carros, casas e até roupas.
“Quero criar uma forma melhor de energia renovável que use recursos naturais, esteja mais perto da vida das pessoas e abra caminho para um futuro sustentável e regenerativo”, disse Carvey, em Declaração de Prêmios Dyson, sobre seus objetivos com a invenção.
Para o futuro, Carvey pretende aprimorar seu projeto. Segundo ele, são necessárias mais pesquisas para que o processo de extração de partículas luminescentes chegue a 100% (atualmente 80%) de corantes de frutas e vegetais em vez de químicos. Para isso, o processo pode ser totalmente sustentável.