© Reuters. FOTO DO ARQUIVO: O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, se reúne com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (não na foto), antes de uma cúpula com presidentes sul-americanos para discutir o relançamento do bloco de cooperação regional UNASUL, em Brasília, Brasil .
BRASÍLIA (Reuters) – A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal aprovou nesta quarta-feira as novas regras fiscais propostas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marcando mais um passo para a medida considerada crucial para conter o crescimento descontrolado da dívida pública.
O comitê votou por 19 a 6 para aprovar o projeto de lei, que agora aguarda votação no plenário da câmara alta. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que isso aconteceria ainda na quarta-feira.
Se aprovado lá, o projeto teria que voltar à Câmara dos Deputados para aprovação final no Congresso, o que o presidente Arthur Lira estimou que aconteceria na primeira semana de julho.
De acordo com a proposta, os gastos do governo não poderiam aumentar em mais de 70% de qualquer aumento na receita, com o crescimento dos gastos também limitado a 0,6-2,5% ao ano acima da inflação. Se as metas orçamentárias pré-estabelecidas não forem cumpridas, o crescimento dos gastos seria limitado a 50% do aumento da receita como penalidade.
O projeto de lei é visto como essencial para apontar um caminho para contas públicas sustentáveis, principalmente depois que Lula obteve a aprovação do Congresso para aumentar os gastos sociais destinados a ajudar os mais pobres.
O andamento da proposta no Congresso foi elogiado pela S&P, que na semana passada elevou a perspectiva do rating de crédito do Brasil.
O defensor do projeto, senador Omar Aziz, ampliou uma lista de exceções ao teto, incluindo um fundo educacional, um fundo constitucional para o Distrito Federal e gastos relacionados a ciência e tecnologia. Aziz não mudou o prazo para ajustar os gastos à inflação, um ponto que o Ministério do Planejamento diz que ajudaria o governo a redigir o projeto de lei orçamentária de 2024, previsto para agosto.
O projeto de lei estabelece um teto para o crescimento real dos gastos públicos com base na inflação nos 12 meses até junho do ano anterior, mais até 70% de crescimento da receita.
Devido à menor inflação projetada para o período deste ano, como resultado dos cortes de impostos implementados em 2022, será necessário cortar entre 32.000 e 40.000 milhões de reais (entre 6.600 e 8.300 milhões de dólares) do orçamento do próximo ano, de acordo com a ministra do Planejamento, Simone Tebet.