O Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciou na última segunda-feira (16) que clientes individuais ou micro e pequenas empresas dos cinco maiores bancos brasileiros podem solicitar a prorrogação do prazo da dívida por até 60 dias.
O CMN também facilitou a renegociação de crédito para famílias e empresas que possuem boa capacidade financeira e mantêm operações e atrasos regulares, permitindo ajustes em seus fluxos de caixa.
Com a medida, os bancos estão isentos de aumentar a provisão (reserva de valor) no caso de renegociação da operação de crédito pelos próximos seis meses.
Segundo o Banco Central (BC), aproximadamente R $ 3,4 trilhões em empréstimos podem se beneficiar dessa medida. A renegociação dependerá do interesse e conveniência das partes envolvidas.
Bancos
O Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco e Santander conceberão uma extensão das dívidas dos contratos atuais, limitadas aos valores já utilizados.
Essa medida visa estimular a economia, mitigando os efeitos negativos do coronavírus no emprego e na renda, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Segundo o economista do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Ione Amorim, é preciso ter cuidado para renegociar se o banco propõe uma pausa no contrato, sem cobrar juros pelo período de suspensão. “Vale a pena se houver uma quebra nesses contratos e contanto que o consumidor não precise pagar juros por causa dessa suspensão. A cobrança de juros sobre a liquidação seria abusiva, dadas as condições sob as quais essas medidas estão sendo adotadas no momento ”, afirmou.
Após fazer o pedido, é necessário confirmar com o banco que não haverá acúmulo de benefícios, após 60 dias, com os problemas que ainda não foram superados.
O economista também sugeriu verificar se não há alterações na pontuação de crédito do cliente, após solicitar a suspensão do contrato.
Segundo Ione, a medida deve incluir cheque especial e cartão de crédito. “São duas modalidades em que os consumidores já têm histórico de endividamento, principalmente a população de baixa renda. Para esse aspecto, a medida acaba sendo insuficiente ”, relatou.
BB, Caixa e Bradesco
Os procurados pelo Banco do Brasil e pela Caixa não relataram os detalhes da medida. E o Bradesco disse que era necessário consultar o site do Febreban.
Itaú Unibanco
O Itaú disse que o vencimento da próxima parcela pode ser adiado para empréstimos pessoais e capital de giro, com a assinatura do Itaú Crédito Sob Medida.
“Portanto, o cliente renegociará o contrato e, escolhendo a nova data de vencimento, poderá estender o pagamento em até 60 dias”, explicou.
Qualquer pessoa com ICredit in Measure também pode renegociar a expiração de sua próxima parcela.
No entanto, no empréstimo com garantia de investimento, o cliente pode pagar antecipadamente as duas parcelas a seguir usando os investimentos, sem alterar as condições das parcelas a seguir.
E para financiamento de veículos e imóveis, aqueles com financiamento atualizado podem adiar o pagamento da próxima parcela. “Durante esse período, a mesma taxa de juros será mantida, sem cobrança de multa.”
No caso de cartão de crédito e cheque especial, o Itaú afirmou que já possui alternativas de pagamento.
Santander
Segundo o banco, por enquanto, a ação cobrirá linhas de crédito pessoais, diretamente ao consumidor e financiamento imobiliário. O Santander aumentou em 10% os limites de cartão de crédito dos clientes que possuem suas contas correntes, além de estender a dívida.