Com a permissão da telemedicina no Brasil como resultado da crise do coronavírus, o país agora possui os primeiros “planos de saúde” 100% digitais, ou seja, oferecendo apenas um call center, sem consulta presencial. Um deles foi lançado nesta terça-feira (9) pela Claro, destinado aos clientes da operadora nos planos Controle e Pós-Pago e demonstrando o interesse das empresas de telefonia em ingressar nessa área.
A nova modalidade da companhia telefônica foi realizada em associação com o hospital Albert Einstein. Quem comprar o plano poderá realizar consultas ilimitadas por telefone com os médicos do hospital de referência em São Paulo por meio do aplicativo do hospital. O preço do plano é de R $ 49,90 por mês, por pessoa, conforme reportado exclusivamente pela operadora em Inclinação. Deve estar disponível ainda este mês.
“Durante a crise da Covid, a telemedicina foi regulamentada no Brasil. A partir desse momento, começamos a procurar entidades de referência, como Albert Einstein. Juntos, conseguimos construir o conceito de um plano de saúde remoto que utiliza a conexão à Internet e, a partir daí, temos acesso a especialistas médicos remotamente “, disse ele ao Inclinação Marcio Carvalho, diretor de marketing da Claro.
Ao se registrar no plano, o usuário obterá um login que será usado para entrar no aplicativo Einstein focado na telemedicina. Lá, um exame e encaminhamento subsequente serão feitos a um médico especializado, como se estivesse em um hospital, mas sem os testes normalmente realizados fisicamente para determinar a gravidade.
O serviço Einstein deste plano Claro inclui pessoas que não possuem plano de saúde ou que possuem plano sem cobertura hospitalar. A aprovação da modalidade digital foi feita pelo próprio hospital junto aos órgãos de saúde.
Prós e contras
Um plano de call center envolve prós e contras que devem ser considerados antes da compra. Por um lado, é mais prático e, por ser totalmente digital, significa que você não precisa ir ao hospital, o que economiza tempo e também evita possíveis infecções que podem ocorrer no ambiente hospitalar. A Claro afirma que os números de Einstein dizem que 80% das consultas físicas podem ser resolvidas virtualmente.
Por outro lado, nem todas as consultas podem ser resolvidas por meio de um call center: existem aquelas em que a análise pessoal do paciente e outros testes são necessários para descobrir o problema do paciente. Os exames, a propósito, não são cobertos pelo plano digital da Claro e teriam que ser pagos separadamente.
A intenção da Claro é experimentar este primeiro produto. Segundo a operadora, há interesse de outros hospitais e até de planos de saúde tradicionais em oferecer essa nova modalidade. No futuro, outros planos com diferentes níveis de inclusão (como exames ou um certo número de visitas físicas) devem ser oferecidos.
“Estamos conversando com outras operadoras de planos de saúde, não é exclusivo da Claro com Einstein ou Einstein com Claro, mas é algo pioneiro. Testaremos e veremos como evolui. Existem até operadoras com planos tradicionais que desejam compor serviços digitais, além de exames e exames tradicionais. O fato é que a pandemia familiarizou as pessoas com a tecnologia e a telemedicina chegou para ficar “, argumenta Carvalho.
De acordo com a Claro, a reabertura gradual de algumas cidades aumentou a demanda por atendimento hospitalar por problemas não relacionados ao Covid, e isso poderia ser resolvido por meio de consultas no aplicativo. Na modalidade digital, a prescrição de medicamentos chega por email, incluindo antibióticos.
Ofertas agrupadas com planos de saúde
O valor de R $ 50 para o plano é justificado pela assistência prestada por Einstein, segundo a Claro. Foi esse valor que fez com que o plano fosse comercializado apenas para clientes do plano pós-pago e de controle, excluindo aqueles que usam pré-pago e provavelmente aqueles que mais precisam de planos de saúde alternativos e acessíveis.
“Vimos em pesquisas que quem pode pagar R $ 50 por mês neste serviço de saúde também precisa de uma boa conectividade a custo, então vimos que ele serve apenas uma camada”, diz o executivo.
Em breve, a Claro observa que deve oferecer outras alternativas para clientes pré-pagos. Entre eles, está sendo estudado um em que a pessoa pode pagar pela assistência, e o pagamento é feito mesmo com a recarga. No futuro, a empresa deveria incluir ofertas de planos de telefonia celular com planos de saúde, como atualmente é o caso de pacotes de transmissão e outros.
“Penso que, considerando os valores tradicionais dos planos de saúde, esses R $ 50 são uma quantia razoável. No futuro, teremos incluído ofertas de planos de saúde móveis, faremos tanto a conectividade quanto o plano digital com ofertas. Mas acho que É um bom teste, faremos ajustes se necessário “, justifica Carvalho.
Neste primeiro momento já existe uma oferta combinada. O aplicativo Einstein combinado com o plano pós-pago de 20 GB custa R $ 149,90 para clientes que solicitam portabilidade para a Claro.