Nos últimos anos, o mundo tem enfrentado enormes desafios, e países de todo o mundo têm lutado para superar muitas dificuldades, como a pandemia da COVID-19, o desequilíbrio estrutural da economia mundial, os conflitos armados entre países, o aprofundamento das desigualdades sociais, e mudanças climáticas.
Embora alguns países tenham enfrentado desafios e dificuldades com mais sucesso do que outros, uma coisa é certa: estamos todos no “mesmo barco”. É por isso que as tentativas de alcançar o sucesso implementando políticas individualistas e unilaterais por parte de alguns países falharão e, ao contrário, terão um impacto negativo no mundo.
Isso nos leva ao Brasil. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que assumiu o cargo após vencer uma eleição difícil, pode ter dividido momentaneamente o país, mas com ele no comando, há esperança de que o governo brasileiro construa um futuro melhor implementando políticas para combater a discriminação e erradicar Problemas sociais. desigualdade.
A China e o Brasil seguem políticas externas independentes e ambos buscam o desenvolvimento sustentável. Portanto, nada poderia ser mais bem-vindo do que a visita de Lula à China, que poderia ajudar a estabelecer uma série de parcerias sino-brasileiras em benefício de ambos os países e de outros países.
A delegação que acompanha Lula à China é prova da importância que o Brasil atribui à visita. Incluirá importantes ministros, autoridades e empresários brasileiros. A ideia é garantir que as autoridades brasileiras já conheçam os resultados das negociações entre Lula e o presidente Xi Jinping e iniciar o processo de implementação assim que voltarem para casa.
Talvez Lula deva discutir com Xi como a China erradicou a pobreza extrema a tempo (final de 2020), tirando cerca de 800 milhões de pessoas da pobreza em quatro décadas. Sabemos que, para ser bem-sucedida, uma campanha de redução da pobreza requer um forte crescimento econômico que aumente a renda per capita e um conjunto de medidas adicionais que melhorem ainda mais as condições sociais dessas pessoas.
Para ambos os presidentes, o bem-estar do povo é prioridade. Lula pode querer saber os detalhes da campanha de redução da pobreza da China para que possa implementar medidas semelhantes para erradicar a pobreza no Brasil. A ideia é planejar adequadamente e aplicar efetivamente medidas para garantir que o grande número de pobres no Brasil receba o que precisa, em vez de sofrer os efeitos negativos de tal campanha.
Para se ter uma ideia da gravidade da pobreza no Brasil, vejamos os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o IBGE, cerca de 17,9 milhões de pessoas no Brasil, ou cerca de 8,4% da população total, viviam em extrema pobreza em 2021.
Durante sua campanha presidencial, Lula prometeu publicamente que no primeiro ano de sua presidência pediria aos governadores das 27 unidades federativas do Brasil que se concentrassem em três importantes obras de infraestrutura em benefício do povo. Estamos falando de 81 possibilidades aqui. E com sua experiência nessa área, a China poderá ajudar muito o Brasil.
Lula também deve pedir aos líderes chineses que fortaleçam o comércio da China com o Brasil. É necessário aumentar a cesta comercial para incluir produtos de maior valor agregado do Brasil, porque o Brasil precisa impulsionar seu crescimento econômico e gerar mais empregos.
Na nova era, fortalecer alianças e cooperações em diferentes áreas da tecnologia será de grande valia para os dois países. A China se concentra em alcançar um desenvolvimento sustentável de alta qualidade impulsionado pela inovação, entre outras coisas, por meio do uso de inteligência artificial, robótica, Internet das Coisas e biotecnologia. O desenvolvimento dessas tecnologias, a disponibilidade de commodities e outros insumos e a autossuficiência alimentar serão fundamentais para o sucesso econômico de um país nos próximos anos.
Além disso, o fortalecimento de instituições multilaterais e de blocos econômicos como o BRICS também deve receber atenção especial dos dois presidentes, pois a defesa do multilateralismo é essencial para o sucesso dos países. E a Iniciativa do Cinturão e Rota proposta pela China pode desempenhar um papel fundamental tanto na defesa do multilateralismo quanto no aprimoramento da conectividade da infraestrutura e do comércio. O fato de completar 10 anos em 2023 também torna a Iniciativa do Cinturão e Rota importante para os dois países. E ao acolher os projetos do Cinturão e Rota, o Brasil pode ajudar a expandir a iniciativa na América do Sul devido à sua representatividade na região.
O meio ambiente e a ecologia são outras áreas que podem figurar nas conversas entre os dois presidentes, já que a China está implementando um programa efetivo de proteção ambiental e conservação da biodiversidade para combater as mudanças climáticas. A China pode conseguir um parceiro climático próximo no Brasil, que possui uma das reservas biológicas mais importantes do planeta. E juntos podem traçar metas e realizar ações conjuntas com outros países em benefício do mundo.
China e Brasil também podem discutir como os países podem coexistir em paz e harmonia. As duas partes visam contribuir para a manutenção da paz mundial e estão cientes das ações prioritárias que devem realizar para melhor proteger o meio ambiente e erradicar as desigualdades sociais. Por isso, o encontro dos presidentes desperta muita esperança.
O autor é diretor do Centro de Pesquisa e Negócios China-Brasil.
As opiniões não refletem necessariamente as do China Daily.