Cardeal critica o candidato presidencial brasileiro Lula por declaração contraditória sobre aborto | Registro Nacional Católico

Comentando a declaração de Lula, o Cardeal Scherer afirmou que “o aborto, seja praticado individualmente ou promovido pelo Estado, sempre acaba causando a perda de vidas humanas”.

SÃO PAULO, Brasil – O cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, descreveu a declaração sobre o aborto feita pelo candidato à presidência do Brasil e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como “infeliz”.

Em entrevista no dia 24 de março na rádio Super 91.7 FM, Lula disse que como pai de família é contra o aborto, mas que se vencer as eleições presidenciais terá que tratá-lo “como um problema de saúde pública”.

“Eu, Lula, pai de cinco filhos, sou contra o aborto e sempre fui. Agora eu, chefe de Estado, preciso tratar o assunto como saúde pública. Pessoalmente, esse é o meu pensamento, mas como vou lidar com isso como chefe de Estado? ele disse.

“Muitas pessoas são contra o aborto, mas correm para outros países para fazê-lo em segredo, enquanto as mulheres estão morrendo nas ruas”, disse Lula. “Cabe ao Estado dar a essas pessoas a possibilidade de receber tratamento (médico) decente, esse é o papel do Estado”, acrescentou.

O candidato disse ainda que “não tem medo de temas polêmicos como o aborto” e anunciou que “quando for apresentado, será discutido no fórum correspondente, que é o Congresso Nacional”.

Segundo levantamento do Instituto Orbis feito para o site Diário do Poder, a legalização do aborto é apoiada por menos de 17% da população brasileira.

Comentando a declaração de Lula, o cardeal Scherer lembrou que “o aborto, seja praticado individualmente ou promovido pelo Estado, sempre acaba causando a perda de vidas humanas”.

Embora a ACI Digital, parceira de notícias em língua portuguesa da CNA, tenha solicitado uma entrevista à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil para comentar os comentários de Lula, a conferência respondeu que “não comenta o discurso dos candidatos”.

As eleições gerais do Brasil ocorrerão em 2 de outubro, nas quais serão eleitos um novo presidente, vice-presidente e membros do Congresso Nacional.

Segundo a imprensa local, uma recente pesquisa eleitoral do Instituto FSB, a pedido do banco de investimentos BTG Pactual, mostrou Lula do PT em primeiro lugar com 43% de prováveis ​​eleitores.

Ele é seguido por Lula com 29% dos prováveis ​​eleitores a favor do atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro do Partido Liberal. Em terceiro e quarto lugares estão Ciro Gomes do Partido Democrático Trabalhista e Sérgio Moro do Podemos.

A pesquisa também indicou que Bolsonaro teve índice de reprovação de 59%, seguido por Moro com 49% e Lula e Ciro com 41% cada.

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