Candidatura brasileira ao BID encontra resistência de aliados de Lula

BRASÍLIA, 20 de outubro (Reuters) – A indicação do Brasil para presidir o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) enfrenta resistência de aliados do candidato presidencial de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva, que querem que ele tenha uma palavra formal se ganhar o cargo este mês . .

O governo do presidente de direita Jair Bolsonaro já começou a buscar apoio regional para seu candidato a administrar o banco de desenvolvimento. O Brasil pretende nomear o ex-presidente do banco central Ilan Goldfajn nos próximos dias, de acordo com uma fonte familiarizada com os planos do governo.

No entanto, dois assessores próximos a Lula disseram acreditar que a votação dos líderes do BID, marcada para 20 de novembro, deve ser adiada para o próximo ano para que a indicação do Brasil reflita a vontade de um governo recém-eleito.

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A vantagem de Lula sobre Bolsonaro diminuiu nas pesquisas recentes, mas a maioria ainda o mostra com uma vantagem de cerca de 5 pontos percentuais antes do segundo turno da eleição de 30 de outubro.

O BID elege um novo presidente após a demissão de Mauricio Claver-Carone em um escândalo ético. Cada país membro tem direito a uma indicação, que está aberta a alterações até 11 de novembro, dando ao ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, poder discricionário, independentemente do resultado da votação presidencial do Brasil.

Celso Amorim, que foi ministro das Relações Exteriores da presidência de Lula de 2003 a 2010, disse em entrevista nesta semana que pessoalmente achava que a votação do BID deveria ser adiada para que o Brasil pudesse participar do processo com “um governo legitimado pela chapa”.

O ex-ministro da Fazenda de Lula, Guido Mantega, que também enfatizou que estava dando seu ponto de vista pessoal, sugeriu que, se Lula vencer a corrida presidencial, poderá pressionar o governo americano a adiar a votação do BID.

Um terceiro assessor do ex-presidente, que falou sob condição de anonimato, disse que em vez de Goldfajn, Lula estaria mais inclinado a recorrer a um economista como André Lara Resende. Integrante da equipe que projetou o Plano Real para derrotar a hiperinflação brasileira na década de 1990, Resende declarou seu voto em Lula no primeiro turno da eleição presidencial.

Mantega concordou que Resende era a melhor opção em sua opinião.

“Ilan (Goldfajn) é um banqueiro central, Lara Resende já dirigiu o BNDES (banco brasileiro de desenvolvimento)”, disse Mantega. “Gerir um banco central é diferente de gerenciar um banco de desenvolvimento, um está com o pé no freio, o outro está no acelerador.”

O Tesouro dos EUA disse que não indicará um candidato para suceder Claver-Carone, que foi o primeiro presidente americano do banco em seus 62 anos de história.

O México nomeará Alicia Bárcena, ex-diretora da Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe, disse o presidente Andrés Manuel López Obrador no mês passado.

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Informações de Marcela Ayres e Bernardo Caram; Reportagem adicional de Flávia Marreiro; Editado por Brad Haynes e Diane Craft

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