SÃO PAULO, 8 de setembro (Reuters) – Caminhoneiros brasileiros realizaram manifestações em todo o Brasil na quarta-feira, bloqueando parcialmente as principais rotas em vários estados e levando o presidente Jair Bolsonaro a pedir a retirada dos manifestantes.
Caminhoneiros simpáticos ao presidente bloquearam parcialmente estradas em 16 estados tarde da noite, interrompendo brevemente o tráfego em dois lugares, de acordo com um comunicado do ministério de infraestrutura.
No final da manhã, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) do Brasil havia relatado 53 bloqueios de estradas em rodovias federais ligados a “eventos sociais e políticos, que não envolviam questões importantes para caminhoneiros independentes”.
Bolsonaro atraiu dezenas de milhares de apoiadores às principais cidades na terça-feira, incluindo alguns caminhoneiros, usando um feriado nacional para intensificar seus ataques ao Supremo Tribunal Federal e ao sistema de votação do Brasil. Os caminhoneiros mostraram no início deste ano sobre os altos preços dos combustíveis. consulte Mais informação
“Falando aos caminhoneiros, que são nossos aliados, esses bloqueios prejudicam nossa economia”, disse Bolsonaro em mensagem de áudio do WhatsApp enviada a grupos de caminhoneiros e obtida pela Reuters na noite de quarta-feira. “Eles causam falta de abastecimento, inflação e prejudicam a todos, principalmente os mais pobres.”
Em outra mensagem de vídeo do WhatsApp circulando entre grupos de caminhoneiros e obtida pela Reuters, o ministro da Infraestrutura, Tarcisio Freitas, confirmou a autenticidade do áudio de Bolsonaro.
Os bloqueios de quarta-feira atingiram o principal estado produtor de grãos, Mato Grosso, bem como Minas Gerais, onde os caminhoneiros participaram de uma greve de 24 horas a partir de terça-feira.
Bloqueios também foram relatados perto do porto de São Francisco do Sul em Santa Catarina e no Paraná, perto do segundo porto de grãos mais movimentado do Brasil, disseram as agências regionais da PRF no Twitter.
A associação brasileira de exportadores de grãos ANEC, que representa traders globais como Cargill e Bunge, disse que os bloqueios não estão afetando os embarques de grãos para os portos.
Em nota, a ANEC classificou as manifestações dos caminhoneiros como “preocupantes” e disse que espera que as autoridades encontrem uma solução rápida.
O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás disse à Reuters que está monitorando os bloqueios, mas não relatou nenhum impacto no fornecimento de combustível.
Uma greve massiva de caminhoneiros em 2018 paralisou a economia do Brasil e destruiu o capital político remanescente do então presidente Michel Temer.
A dinâmica das manifestações atuais é bem diferente, com manifestantes protestando a favor do governo e não contra ele, mas Brasília e os mercados financeiros acompanham de perto todos os movimentos dos caminhoneiros brasileiros, dado o impacto maciço que os bloqueios podem ter. Na economia do país. .
Reportagem de Ana Mano e Nayara Figueiredo em São Paulo, Gram Slattery no Rio de Janeiro e Lisandra Paraguassu em Brasília Reportagem adicional de Marta Nogueira no Rio de Janeiro Editado por Leslie Adler, Aurora Ellis e Kim Coghill
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