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Folhapress

Interrompido pelo caos, o velório de Maradona chega ao fim na Casa Rosada

BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – O funeral de Diego Armando Maradona na Casa Rosada, sede do governo argentino, foi palco de muitas emocionadas homenagens e despedidas do ídolo, mas também de confrontos e caos ao longo desta quinta-feira (26 ) . A cerimônia em Buenos Aires estava inicialmente programada para terminar às 4 da tarde. Foi anunciado que funcionaria até às 19 horas, mas terminou antes mesmo do horário original devido a confusão durante a sua confecção. Com filas enormes, torcida e torcida sem perspectiva de se despedir do ex-jogador depois de horas de espera, houve confrontos com a polícia. A visita foi interrompida pela invasão de cidadãos ao prédio oficial, e o caixão com o corpo de Maradona acabou sendo retirado do local onde estava exposto. Discutiu-se a retomada da cerimônia, conforme a vontade do governo, ou seu encerramento definitivo, conforme a vontade da família. A segunda opção prevaleceu. O ex-jogador morreu aos 60 anos nesta quarta-feira (25), em casa, quando se recuperava de uma cirurgia na cabeça. O resultado final da autópsia, divulgado na quinta-feira, mostrou insuficiência cardíaca crônica. No meio da pandemia Covid-19, esperava-se que mais de 1 milhão de pessoas comparecessem ao evento público. Milhares já esperavam para entrar na Casa Rosada às 6h desta quinta-feira, quando as portas do prédio histórico se abriram para receber os fãs. As tentativas de manter distância social devido à pandemia e à organização da entrada de torcedores falharam imediatamente. Havia barras de metal para tentar conter o volume das pessoas, mas elas constantemente as derrubavam nas disputas por espaço. Muitos desses torcedores passaram a noite entre o Obelisco e a Praça de Maio, onde foram realizadas as homenagens na quarta-feira, e vários estavam bêbados. Os seguranças conseguiram convencer alguns a pelo menos colocar a camisa e a máscara antes de entrar na sala. À tarde, a situação piorou. Apesar da fila de mais de dez quarteirões para ver Maradona, os organizadores prenderam mais pessoas a partir das 3 da tarde. Para chegar ao local do velório, os torcedores tiveram que passar três horas ao sol, entre duas fileiras de placas de metal. Concluiu-se que não haveria tempo para o corpo sair do prédio entre as 16h30 e as 17h, acordo entre a Presidência da República e a família do ex-jogador. Então, houve agitação e revolta entre os presentes quando foram informados de que muitos deles não se aproximariam do ídolo. A polícia interveio com gás lacrimogêneo e balas de borracha. “Diego é da cidade! Deixe-os entrar”, gritaram os presentes. Muitos não usavam máscaras de proteção ou as usavam no queixo. Não houve distanciamento ou controle por parte das autoridades das medidas básicas de saúde. Desde o início da pandemia, a Argentina adotou regulamentações consideradas rígidas para lidar com a doença. Depois que alguns manifestantes conseguiram pular para dentro da Casa Rosada, o governo anunciou que o velório seria até as 19 horas, na tentativa de acalmá-los. No entanto, quando isso foi anunciado, a linha já havia sido rompida. Muitas pessoas estavam espalhadas pela praça. Alguns conseguiram entrar na parte de trás do prédio. Oficiais do governo interrompidos tentaram reorganizar uma linha do zero, entre cidadãos cooperantes e outros que não quiseram obedecer e tentaram forçar a entrada, sem respeitar a ordem de chegada. Às 15h30, um novo grupo maior de fãs forçou seu caminho para o pátio interno da Casa Rosada. Foi a gota d’água. Os organizadores do evento decidiram, por questões de segurança, retirar do local o caixão com o corpo de Maradona, o que causou mais gritos. Sem poder voltar com a visitação, a cerimônia acabou deixando muitos frustrados. Por volta das 6 da tarde, o corpo saiu em procissão de carros gritando “olé, olé, olé, olé, Diego, Diego” (ver vídeo abaixo) ?? ao cemitério Jardim da Paz, na região de Bella Vista, a 35 km da capital, onde será sepultado nesta fazenda. Seus pais, Tota e Diego, que morreram em 2011 e 2015, respectivamente, estão enterrados lá. É um cemitério de parque. Não há sepulcros famosos no local, ao contrário dos emblemáticos da Recoleta e Chacarita, mas ir para lá foi a vontade expressa por Diego, segundo familiares. Pouco antes de abrir as portas do velório para a multidão, a família do ídolo se despediu dele em uma cerimônia privada, à qual os jornalistas não tiveram acesso. A ex-mulher Claudia Villafañe, as filhas mais velhas, Dalma e Giannina, e a sua mais recente companheira, Verónica Ojeda, estiveram presentes com o filho mais novo, Dieguito Fernando, bem como outra filha da ex-jogadora, Jana Maradona. Apenas um dos filhos reconhecidos, Diego Júnior, não compareceu, porque estava na Itália, em tratamento médico para o coronavírus. Também apareceram ex-jogadores que foram companheiros de Maradona, Oscar Ruggeri, Sergio Batista e Jorge Burruchaga. e alguns ídolos argentinos mais recentes, como Carlos Tévez, Martín Palermo e Javier Mascherano. O presidente argentino Alberto Fernández chegou à Casa Rosada de helicóptero no final da manhã. Com os olhos marejados, ele caminhou até os bares que o separavam dos fãs e tirou selfies. Já dentro da sede do governo, aproximou-se do caixão e deixou em cima uma camisa dos 10 Argentinos Juniors, time do qual é torcedor e que foi palco do início da carreira de Maradona. Fernández também colocou lá um lenço das Mães da Praça de Maio, organização de direitos humanos que busca os desaparecidos da ditadura militar (1976-1983) e com a qual Maradona tinha uma forte ligação. Houve um minuto de silêncio e uma saudação da presidente a Claudia Villafañe, Dalma e Giannina. A bandeira argentina localizada no meio da Plaza de Mayo é a meio mastro. Fernández decretou um duelo oficial de três dias na quarta-feira.

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