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O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu uma ação de emergência para ajudar o grupo indígena Yanomami do país, de acordo com um comunicado do governo na segunda-feira.
As condições de vida entre os Yanomami relativamente isolados se deterioraram vertiginosamente, com mais de 570 mortes por fome nos últimos quatro anos, segundo a CNN Brasil.
O novo plano do governo brasileiro terá como objetivo fornecer assistência nutricional e de saúde aos Yanomami e garantir a segurança no território, onde garimpeiros e invasores causaram desmatamento e são acusados de disseminar doenças e bloquear viagens.
A operação, que contará com a participação dos ministérios da Justiça, Defesa, Povos Indígenas e Mineração do Brasil, também busca garantir o acesso à água potável por meio de poços e cisternas e medir contaminação por mercúrio nas hidrovias locais, outra consequência da mineração ilegal.
O Ministério da Saúde do Brasil declarou emergência de saúde pública na área em 20 de janeiro. O anúncio foi seguido rapidamente por uma visita de Lula ao território Yanomami, uma das primeiras viagens oficiais do presidente brasileiro desde que assumiu o cargo no início deste ano.
Separadamente, o ministro da Justiça, Flavio Dino, disse à CNN Brasil que seu ministério está abrindo uma investigação para determinar se as ações do governo anterior de Jair Bolsonaro equivaleram a “genocídio” dos Yanomami.
O ex-líder pró-negócios Bolsonaro incentivou abertamente o desenvolvimento na Amazônia. Ele também viajou para território Yanomami como presidentedizendo a uma comunidade que respeitaria seus desejos de não minerar, mas durante seu mandato ele reduziu o financiamento para agências estaduais responsáveis pela prevenção de mineração ilegal, extração de madeira e pecuária.
Os Yanomami vivem nas selvas e montanhas do norte do Brasil e sul da Venezuela, de acordo com sobrevivência internacionaluma organização que visa proteger os direitos indígenas.
Em 2020, o brasileiro Instituto Socioambiental alertou que o coronavírus estava se espalhando entre os Yanomami por meio de garimpeiros que entraram ilegalmente em território indígena.
“Hoje, sem dúvida, o principal vetor de propagação da COVID-19 dentro da Terra Indígena Yanomami são os mais de 20 mil garimpeiros ilegais que entram e saem do território sem nenhum controle”, afirmou o ISA em nota em seu site. no momento.