Mauricio Savarese Associated Press
SÃO PAULO — Marta ganhou seis vezes o prêmio de melhor jogadora do mundo, mas nunca venceu a Copa do Mundo Feminina em cinco tentativas anteriores com o Brasil.
Isso é algo que ela e a equipe querem mudar.
Marta está se recuperando de uma lesão no joelho, mas a atacante de 37 anos deve desempenhar um papel importante na candidatura do Brasil ao título no torneio co-organizado pela Austrália e Nova Zelândia.
O Brasil será pela primeira vez liderado em uma Copa do Mundo por um europeu; Pia Sundhage teve quase quatro anos para transformar a equipe.
Sundhage, que levou os Estados Unidos a duas medalhas de ouro olímpicas, convocou Marta para amistosos contra Inglaterra e Alemanha em abril, mas a atacante permaneceu na Flórida para se recuperar de uma lesão muscular na perna esquerda.
Posteriormente, ela afirmou que estava 100% pronta para jogar, embora as dúvidas sobre sua forma física persistissem.
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Marta passou por uma cirurgia para reparar uma lesão no LCA no ano passado, depois de machucar o joelho esquerdo durante um jogo do clube nos Estados Unidos. Ele ficou fora da seleção por 11 meses, só voltando a jogar pelo Brasil em um amistoso contra o Japão em fevereiro.
Independente do preparo físico de Marta, Sundhage acredita que o Brasil está entre um grupo de 10 seleções que podem conquistar o título.
A treinadora também insiste que seu time melhorou desde a derrota nas quartas de final nos pênaltis para o eventual campeão Canadá nas Olimpíadas de Tóquio, um resultado que põe em dúvida o trabalho de reconstrução da equipe que começou em 2019.
O Brasil, uma das três seleções sul-americanas no torneio, deve avançar para a fase de mata-mata do Grupo F. O grupo também inclui a França, seleção que eliminou os brasileiros há quatro anos nas oitavas de final, Jamaica e Panamá.
Apenas oito jogadoras envolvidas na última campanha do Brasil na Copa do Mundo Feminina devem ir para a Austrália para jogos da fase de grupos: a goleira Letícia; as defensoras Kathellen, Rafaelle e Tamires; e as atacantes Bia Zaneratto, Debinha, Geyse e Marta.
O Brasil teve um bom desempenho nos dois últimos amistosos, apesar da ausência de Marta, empatando em 1 a 1 com a campeã europeia Inglaterra antes de perder a Finalíssima nos pênaltis no Estádio de Wembley em 6 de abril. Dias depois, o Brasil venceu a Alemanha por 2 a 1 em Nuremberg.
Sundhage disse que a vitória sobre a Alemanha foi uma das melhores atuações do Brasil desde que assumiu o cargo.
“E fizemos isso jogando contra um dos melhores times da Europa”, disse Sundhage após a partida, dizendo que deu ao time mais confiança para a Copa do Mundo “incluindo confiança em mim mesmo”.
Andressa Alves, 30, deve combinar com Marta no ataque ao Brasil. Ele marcou 14 gols em 35 jogos pela Roma durante a temporada, embora provavelmente tenha ficado no banco de reservas pelo Brasil até que o atacante do Atlético de Madrid, Ludmila, sofreu uma lesão no ligamento cruzado anterior que deve descartá-lo.
Uma das novas forças do Brasil que dá esperança aos torcedores, mesmo que Marta esteja fora de forma, é a jovem e intensa dupla de meio-campo Ary Borges e Kerolin.
“Estamos crescendo muito bem”, disse Borges após a vitória do Brasil na Alemanha. “(Por um tempo) não conseguíamos ganhar jogos mesmo quando estávamos jogando bem. Agora é diferente. Saímos daqui com um pensamento muito positivo, vamos chegar fortes nesta Copa do Mundo. Ganhar um time como a Alemanha faz as pessoas olharem para nós com mais respeito.”
Kerolin disse em um podcast em meados de junho que as mulheres do Brasil estão olhando para a seleção masculina da Argentina, campeã do mundo, como um modelo do que querem oferecer a Marta.
“O que eles fizeram por Lionel Messi, queremos fazer por Marta”, disse Kerolin. “Ele merece pelo que é.”
O Brasil fará um último amistoso em casa no domingo, contra o Chile, em Brasília. A seleção brasileira seguirá então para a Austrália com o objetivo de superar seu melhor resultado em oito participações em Copas do Mundo: vice-campeã para a Alemanha em 2007.
A atuação do Brasil no torneio também terá um tom político, com a nação sul-americana entre as candidatas a sediar a próxima edição da Copa do Mundo Feminina.